Vitaminas para o cérebro

O cérebro é um dos órgãos metabolicamente mais ativos do corpo, tanto em termos do volume de sangue circulante quanto em termos de consumo de oxigênio e glicose. Obviamente, o cérebro também precisa de vitaminas em quantidades suficientes.

Quais vitaminas o cérebro mais precisa?

Vitamina B para o cérebro

Dos oito tipos de vitamina B, quase todos são necessários para fornecer energia às células. Mas a maioria das vitaminas deste grupo – com exceção das vitaminas B9 e B12 – não pode ser armazenada no corpo e deve ser obtida regularmente por meio do consumo de carne magra, peixe, ovos, cereais, leguminosas, vegetais e frutas, nozes e sementes.

Tiamina

A vitamina B1 (tiamina) desempenha um papel fundamental na manutenção das funções cerebrais: um de seus derivados (difosfato de tiamina) atua como coenzima na principal etapa da respiração de todas as células – o ciclo do ácido tricarboxílico (ciclo de Krebs) e, portanto, participa ativamente da regulação energética e do metabolismo das células cerebrais. E outro derivado – trifosfato de tiamina – ativa os canais iônicos da membrana dos neurônios, garantindo a condução dos impulsos nervosos do sistema nervoso central.

A necessidade diária de vitamina B1 é de 2-3 mg.

Riboflavina

Nosso cérebro é composto por 60% de lipídios (gorduras) e é o segundo mais concentrado do corpo. Até 40% são ácidos graxos poli-insaturados, e o mais comum deles é o ácido docosahexaenoico (DHA), um ácido graxo ômega-3. As membranas plasmáticas dos neurônios são compostas por metade de DHA, e a riboflavina, vitamina B2, é necessária para o metabolismo dos ácidos graxos nas membranas celulares e para o desenvolvimento do cérebro.

De acordo com estudos clínicos, esta vitamina e seus derivados têm propriedades antioxidantes diretas e podem – ao suprimir o estresse oxidativo – ajudar a reduzir o comprometimento cognitivo. No entanto, os mecanismos subjacentes à ação da riboflavina em distúrbios de pensamento, atenção e memória permanecem obscuros.

Alimentos ricos em riboflavina incluem carne bovina, suína, peixe, ovos, leite, cogumelos, espinafre, amêndoas e abacates. Sua necessidade diária é de 1,3 mg.

Niacina

A próxima vitamina para o cérebro é a niacina, vitamina PP (ácido nicotínico) ou vitamina B3, que é uma mistura de ácido nicotínico (piridino monocarboxílico) e nicotinamida (alcaloide piridínico). Esta vitamina é uma vitamina para os vasos sanguíneos do cérebro, pois reduz os níveis de lipoproteínas de baixa e muito baixa densidade no sangue, que causam o acúmulo de colesterol nas paredes dos vasos sanguíneos.

A niacina também está diretamente relacionada à formação da coenzima NAD (nicotinamida adenina dinucleotídeo) nas células (incluindo os neurônios cerebrais), necessária para manter a atividade mitocondrial. Pesquisadores descobriram que baixos níveis de NAD levam ao envelhecimento prematuro das células e que o nível dessa coenzima diminui com a idade. Em relação ao cérebro, isso pode se manifestar em comprometimento cognitivo – demência e perda de memória. Portanto, as vitaminas para o cérebro e a memória incluem principalmente a vitamina B3.

A necessidade diária é de 15 mg, mas sua deficiência raramente é notada, pois é encontrada em muitos alimentos de origem animal e vegetal (carnes vermelhas, aves, peixes, leguminosas, arroz integral, bananas, sementes e nozes).

Colina

Outra vitamina para a memória é a vitamina B4 (colina), encontrada em muitos alimentos, incluindo carne bovina e fígado bovino, frango, gema de ovo, peixe, leite, legumes, batatas e cogumelos.

A colina é um precursor do neurotransmissor acetilcolina, essencial para os processos de aprendizagem e memória. A acetilcolina é sintetizada a partir da colina e da acetil-CoA; ao atuar nos receptores metabotrópicos e ionotrópicos das estruturas corticais, esse neurotransmissor potencializa a influência dos sinais de entrada aferentes e dos impulsos constantes dos neurônios colinérgicos corticais individuais, o que proporciona um mecanismo para o armazenamento ativo de novas informações.

Ácido pantotênico

A vitamina B5 (ácido pantotênico) é necessária para a produção da coenzima A (CoA), que está envolvida no metabolismo oxidativo, bem como na síntese de aminoácidos, fosfolipídios e ácidos graxos, auxiliando na estrutura e nas funções das células cerebrais. Estudos recentes demonstraram uma ligação entre o desenvolvimento de algumas doenças neurodegenerativas e a deficiência de ácido pantotênico e CoA nas membranas dos sinaptossomos (terminações sinápticas dos neurônios) e nas mitocôndrias das células cerebrais.

Quais alimentos contêm ácido pantotênico? Carne bovina, aves, frutos do mar e vísceras; ovos e leite; vegetais (batata e brócolis), leguminosas, cogumelos, abacates; grãos integrais e sementes de girassol.

Piridoxina

A piridoxina ou vitamina B6 está envolvida em muitas reações químicas no corpo e também é necessária para o transporte de oxigênio no sangue, mantendo o sistema imunológico e a saúde do cérebro e do sistema nervoso central.

A piridoxina pode auxiliar o funcionamento cerebral, mantendo os níveis normais do aminoácido não proteinogênico homocisteína (que é sintetizado no corpo a partir da metionina). Níveis anormalmente elevados de homocisteína no sangue causam danos à camada interna das paredes vasculares, com risco de coágulos sanguíneos e deposição de placas de colesterol.

Além disso, descobriu-se que a homocisteína está envolvida no acúmulo e na deposição extracelular do peptídeo β-amiloide, bem como na formação de emaranhados neurofibrilares intracelulares, o que causa uma diminuição geral do volume cerebral e perda de neurônios. Especialistas associam esse processo patológico a alterações nas funções cognitivas na demência e na doença de Alzheimer.

A vitamina B6 pode ser obtida através do consumo de carne e laticínios, peixe e ovos, cereais e leguminosas, além de batatas, repolho branco e couve-flor, tomates, morangos, bananas, frutas cítricas, nozes e avelãs. Sua necessidade diária é de 1,3 a 1,5 mg.

A deficiência grave de piridoxina é rara: em doenças nefrológicas, síndrome de má absorção, alcoolismo e vegetarianismo estrito.

Ácido fólico

A vitamina B9 (ácido fólico ou folato) ajuda a manter a memória reduzindo o estresse oxidativo, estimulando a desintoxicação celular e mantendo a integridade das membranas das células neuronais à medida que envelhecem.

Suas fontes alimentares incluem brócolis, couve de Bruxelas, folhas verdes, espinafre e leguminosas.

Cianocobalamina

A vitamina B12 (cobalamina ou cianocobalamina) pode afetar o cérebro por meio de vários mecanismos. Ela é útil porque ajuda a quebrar a homocisteína (ver Piridoxina) e pode ser considerada uma vitamina para os vasos sanguíneos do cérebro. Além disso, a vitamina B12 ajuda a produzir a proteína mielina, que compõe a bainha isolante das fibras nervosas e faz parte das células de Schwann do tecido nervoso.

A falta de cobalamina pode causar danos ao cérebro e aos nervos, com consciência turva, aumento da fadiga, depressão e perda de memória. Esta vitamina é encontrada em produtos proteicos, leguminosas, nozes e sementes.

As vitaminas para o cérebro das crianças são as mesmas que para os adultos

Vitamina para proteger o cérebro dos radicais livres

Um papel importante na ocorrência e no desenvolvimento da maioria das doenças (incluindo as cerebrais) é desempenhado pelo estresse oxidativo, que ocorre como resultado da peroxidação lipídica com a formação de radicais livres - compostos moleculares altamente reativos que são naturalmente liberados no corpo como um subproduto do metabolismo do oxigênio, mas que danificam as membranas celulares.

Além das vitaminas do complexo B já mencionadas, que apresentam propriedades antioxidantes e combatem eficazmente os radicais livres, incluindo aqueles que podem danificar as células cerebrais, as vitaminas A, C e E.

O alfa-tocoferol, uma vitamina E lipossolúvel, absorve os radicais peróxidos das membranas celulares fosfolipídicas, transformando-se no radical alfa-tocoferilquinona. Produtos integrais, óleos vegetais, nozes e sementes são fontes completas dessa vitamina, e a necessidade diária é de 15 mg.

Há muito se sabe que a vitamina A (retinol), que é uma substância antioxidante, e os retinoides (seus derivados) são essenciais para a visão e que auxiliam o sistema imunológico.

E os pesquisadores estabeleceram que essa vitamina e seus derivados, ao atuarem nos receptores nucleares do ácido retinóico (RAR), podem participar da regulação da neuroplasticidade – o crescimento e a reorganização das redes neurais – estruturas cerebrais, em especial, o hipocampo associado à memória.

A ingestão regular de vitamina C (ácido ascórbico) com alimentos é de extrema importância, pois o corpo humano não consegue produzir essa vitamina e não consegue armazená-la por muito tempo.

A vitamina C é bem conhecida por suas poderosas propriedades antioxidantes e também é necessária para a síntese de colágeno, ou seja, é importante para a saúde dos vasos sanguíneos. O estudo de seu efeito no tecido cerebral levou à descoberta de novas propriedades dessa vitamina: com uma deficiência prolongada de ácido ascórbico, podem ser observadas interrupções na transmissão sináptica dos sinais nervosos, o que leva à interrupção da regulação da função cerebral.

Vitaminas de farmácia para o cérebro

A seleção de preparações vitamínicas, que (lembramos mais uma vez!) não são medicamentos e são usadas como suplemento a qualquer tratamento, é muito ampla. Os médicos geralmente recomendam complexos multivitamínicos como Quadevit Memory, Neuromultivit, Neurovid, ZEST Memory Vit, bem como os bem equilibrados Pikovit, Centrum Silver, Oligovit, Maxamin forte; para crianças - Univit, Centrum Junior e outras vitaminas infantis.

Vitaminas e nootrópicos para o cérebro (drogas neurometabólicas Cerebrolisina, Glicina, Ácido glutâmico, Ácido hopantênico, Ceraxon, etc.) podem ser prescritos para doenças neurodegenerativas (doenças de Alzheimer, Parkinson, Huntington) e complicações cerebrais de acidente vascular cerebral, síndromes hereditárias e congênitas, incluindo síndrome neurometabólica de Leigh, retardo mental em crianças, paralisia cerebral, etc.