Troncos e condutas linfáticas

A linfa de cada parte do corpo, passando pelos linfonodos, é coletada nos ductos linfáticos (ductus lymphatici) e troncos linfáticos (trunci lymphatici). No corpo humano, existem seis grandes ductos e troncos linfáticos. Três deles desembocam no ângulo venoso esquerdo (o ducto torácico, os troncos jugular esquerdo e subclávio esquerdo), e três no ângulo venoso direito (o ducto linfático direito, os troncos jugular direito e subclávio direito).

O maior e principal vaso linfático é o ducto torácico. A linfa flui através dele a partir dos membros inferiores, paredes e órgãos da pelve, cavidade abdominal, metade esquerda da cavidade torácica. Do membro superior direito, a linfa é direcionada para o tronco subclávio direito, da metade direita da cabeça e pescoço - para o tronco jugular direito, dos órgãos da metade direita da cavidade torácica - para o tronco broncomediastinal direito (truncus bronchomediastinalis dexter), que desemboca no ducto linfático direito ou independentemente no ângulo venoso direito. Do membro superior esquerdo, a linfa flui através do tronco subclávio esquerdo, da metade esquerda da cabeça e pescoço - através do tronco jugular esquerdo, e dos órgãos da metade esquerda da cavidade torácica - para o tronco broncomediastinal esquerdo (truncus bronchomediastinalis sinister), que desemboca no ducto torácico.

O ducto torácico (ductus thoracicus) é formado na cavidade abdominal, no tecido retroperitoneal, ao nível da 12ª vértebra torácica - 2ª vértebra lombar, como resultado da fusão dos troncos linfáticos lombares direito e esquerdo (trunci lumbales dexter et sinister). Esses troncos, por sua vez, são formados a partir da fusão dos vasos linfáticos eferentes dos linfonodos lombares direito e esquerdo, respectivamente. Em aproximadamente 25% dos casos, de um a três vasos linfáticos eferentes dos linfonodos mesentéricos, que são chamados troncos intestinais (trunci intestinales), fluem para a parte inicial do ducto torácico. Vasos linfáticos eferentes dos linfonodos pré-vertebrais, intercostais e também viscerais (pré-aórticos) da cavidade torácica fluem para o ducto torácico. O comprimento do ducto torácico é de 30-40 cm.

A parte abdominal (pars abdominalis) do ducto torácico é sua parte inicial. Em 75% dos casos, apresenta uma expansão - a cisterna do ducto torácico (cisterna do quilo, cisterna do leite) com formato cônico, ampular ou fusiforme. Em 25% dos casos, o início do ducto torácico apresenta a forma de um plexo reticular formado pelos vasos linfáticos eferentes dos linfonodos lombares, celíacos e mesentéricos. As paredes da cisterna do ducto torácico geralmente se fundem com a raiz direita do diafragma, que, durante os movimentos respiratórios, comprime o ducto torácico e auxilia na condução da linfa. Da cavidade abdominal, o ducto torácico (linfático) passa pela abertura aórtica do diafragma para a cavidade torácica, para o mediastino posterior, onde está localizado na superfície anterior da coluna vertebral, atrás do esôfago, entre a parte torácica da aorta e a veia ázigos.

A parte torácica (pars thoracica) do ducto torácico é a mais longa. Ela se estende da abertura aórtica do diafragma até a abertura superior do tórax, onde o ducto passa para sua parte cervical superior (pars cervicalis). Nas partes inferiores da cavidade torácica, atrás do ducto torácico, estão as partes iniciais das artérias intercostais posteriores direitas e as partes finais das veias de mesmo nome, cobertas pela fáscia intratorácica, e o esôfago está na frente. No nível das vértebras torácicas VI-VII, o ducto torácico começa a se desviar para a esquerda; no nível das vértebras torácicas II-III, ele emerge por baixo da borda esquerda do esôfago, ascende atrás das artérias subclávia esquerda e carótida comum e do nervo vago. Aqui, no mediastino superior, à esquerda do ducto torácico está a pleura mediastinal esquerda, à direita está o esôfago e atrás está a coluna vertebral. Lateralmente à artéria carótida comum e atrás da veia jugular interna no nível das vértebras cervicais V-VII, a parte cervical do ducto torácico curva-se e forma um arco. O arco do ducto torácico (arcus ductus thoracici) curva-se ao redor da cúpula da pleura de cima e ligeiramente para trás, e então a boca do ducto se abre no ângulo venoso esquerdo ou na seção terminal das veias que o formam. Em aproximadamente 50% dos casos, o ducto torácico tem um alargamento antes de entrar na veia. O ducto também frequentemente se bifurca e, em alguns casos, na forma de 3-4 troncos, ele flui para o ângulo venoso ou para as seções terminais das veias que o formam.

Na boca do ducto torácico, há uma válvula par formada por sua membrana interna, impedindo que o sangue seja refluído da veia. Ao longo do ducto torácico, há de 7 a 9 válvulas que impedem o refluxo da linfa. As paredes do ducto torácico, além da membrana interna (túnica interna) e da membrana externa (túnica externa), contêm uma membrana média (muscular) bem definida (túnica média), capaz de impulsionar ativamente a linfa ao longo do ducto, desde o seu início até a boca.

Em cerca de um terço dos casos, há uma duplicação da metade inferior do ducto torácico: um ducto torácico adicional está localizado próximo ao seu tronco principal. Às vezes, são encontradas divisões locais (duplicações) do ducto torácico.

O ducto linfático direito (ductus lymphaticus dexter) é um vaso de 10 a 12 mm de comprimento, no qual fluem os troncos subclávio, jugular e broncomediastinal direitos (em 18,8% dos casos). Raramente, o ducto linfático direito tem uma boca. Mais frequentemente (em 80% dos casos), tem 2 a 3 ou mais troncos. Este ducto desemboca no ângulo formado pela confluência das veias jugular interna e subclávia direitas, ou na secção terminal da veia jugular interna ou subclávia (muito raro). Na ausência do ducto linfático direito (81,2% dos casos), os vasos linfáticos eferentes dos linfonodos do mediastino posterior e dos linfonodos traqueobrônquicos (tronco broncomediastinal direito), os troncos jugular e subclávio direitos fluem independentemente para o ângulo venoso direito, para a veia jugular interna ou subclávia no local onde se fundem.

O tronco jugular, direito e esquerdo (truncus jugularis, dexter et sinister), é formado pelos vasos linfáticos eferentes dos linfonodos cervicais profundos laterais (jugulares internos) do lado correspondente. Cada tronco jugular é representado por um ou vários vasos de curta extensão. O tronco jugular direito desemboca no ângulo venoso direito, na parte terminal da veia jugular interna direita ou participa da formação do ducto linfático direito. O tronco jugular esquerdo desemboca diretamente no ângulo venoso esquerdo, na veia jugular interna ou, na maioria dos casos, na parte cervical do ducto torácico.

O tronco subclávio, direito e esquerdo (truncus subclavius, dexter et sinister), é formado pelos vasos linfáticos eferentes dos linfonodos axilares, principalmente os apicais, e, na forma de um ou vários troncos pequenos, dirige-se ao ângulo venoso correspondente. O tronco subclávio direito desemboca no ângulo venoso direito ou na veia subclávia direita, o ducto linfático direito; o tronco subclávio esquerdo desemboca no ângulo venoso esquerdo, na veia subclávia esquerda e, em cerca de metade dos casos, na parte terminal do ducto torácico.

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