Partes subcorticais do cérebro (subcórtex)

As regiões subcorticais do cérebro incluem o tálamo, os gânglios da base na base do cérebro (núcleo caudado, núcleo lenticular constituído pelo putâmen e globo pálido lateral e medial); a substância branca do cérebro (centro semioval) e a cápsula interna, bem como o hipotálamo. Processos patológicos (hemorragia, isquemia, tumores, etc.) frequentemente se desenvolvem simultaneamente em várias das formações listadas, mas também é possível envolver apenas uma delas (completa ou parcialmente).

Tálamo (tálamo óptico). Uma importante seção subcortical dos sistemas aferentes; as vias de condução de todos os tipos de sensibilidade são interrompidas nele. As seções corticais de todos os analisadores também têm conexões de retroalimentação com o tálamo. Os sistemas aferentes e eferentes garantem a interação com o córtex dos hemisférios cerebrais. O tálamo é composto por numerosos núcleos (há cerca de 150 no total), que são combinados em grupos que diferem em sua estrutura e função (grupos de núcleos anterior, medial, ventral e posterior).

Assim, três principais grupos funcionais de núcleos podem ser distinguidos no tálamo.

1. Um complexo de núcleos talâmicos específicos ou de retransmissão, através dos quais são conduzidos impulsos aferentes de uma determinada modalidade. Esses núcleos incluem os núcleos ântero-dorsal e ântero-ventral, um grupo de núcleos ventrais, os corpos geniculados lateral e medial e o frênulo.
2. Os núcleos talâmicos inespecíficos não estão associados à condução de impulsos aferentes de nenhuma modalidade específica. As conexões neuronais dos núcleos projetam-se no córtex cerebral de forma mais difusa do que as conexões de núcleos específicos. Os núcleos inespecíficos incluem: os núcleos da linha média e estruturas adjacentes (núcleos central medial, submedial e medial); a parte medial do núcleo ventral, a parte medial do núcleo anterior, os núcleos intralaminares (núcleos paracentral, central lateral, parafascicular e mediano central); os núcleos situados na parte paralaminar (núcleo medial dorsal, núcleo ventral anterior), bem como o complexo reticular do tálamo.
3. Os núcleos associativos do tálamo são aqueles que recebem estímulos de outros núcleos do tálamo e transmitem essas influências para as áreas associativas do córtex cerebral. Essas formações do tálamo incluem o núcleo dorsal medial, o grupo lateral de núcleos e o coxim talâmico.

O tálamo possui inúmeras conexões com outras partes do cérebro. As conexões corticotalâmicas formam os chamados pedúnculos talâmicos. O pedúnculo anterior do tálamo é formado por fibras que conectam o tálamo ao córtex frontal. Vias da região frontoparietal vão para o tálamo através do pedúnculo superior ou médio. O pedúnculo posterior do tálamo é formado por fibras vindas do coxim e do corpo geniculado lateral para a área 17, bem como pelo feixe temporotalâmico que conecta o coxim ao córtex da região temporo-occipital. O pedúnculo ínfero-interno consiste em fibras que conectam o córtex da região temporal ao tálamo. O núcleo subtalâmico (corpo de Lewis) pertence à região subtalâmica do diencéfalo. É constituído por células multipolares uniformes. As áreas de Forel e a zona indefinida (zona incetta) também pertencem à região subtalâmica. O campo de Forel ^H1 está localizado abaixo do tálamo e inclui fibras que conectam o hipotálamo ao estriado - fascículo do tálamo. Abaixo do campo de Forel H1 ^{está a zona indefinida, que passa para a zona periventricular do ventrículo. Abaixo da zona indefinida está o campo de ForelH2}, ou fascículo lenticular, que conecta o globo pálido ao núcleo subtalâmico e aos núcleos periventriculares do hipotálamo.

O hipotálamo (subtálamo) inclui a túnica com a comissura, a comissura epitalâmica e a glândula pineal. No trígono habenulae está localizado o gânglio habenulae, no qual se distinguem dois núcleos: o interno, constituído por células pequenas, e o externo, no qual predominam células grandes.

Lesões do tálamo causam principalmente distúrbios da sensibilidade cutânea e profunda. Ocorre hemianestesia (ou hipoestesia) de todos os tipos de sensibilidade: dor, térmica, articular-muscular e tátil, mais frequentemente nas partes distais das extremidades. A hemi-hipestesia é frequentemente combinada com hiperpatia. Lesões do tálamo (especialmente em suas partes mediais) podem ser acompanhadas de dor intensa - hemialgia (sensações dolorosas de queimação) e vários distúrbios vegetativos-cutâneos.

Uma violação grosseira do sentido músculo-articular, bem como uma violação das conexões cerebelar-talâmicas, causam o aparecimento de ataxia, que geralmente é de natureza mista (sensorial e cerebelar).

A consequência do dano às partes subcorticais do analisador visual (corpos geniculados laterais, almofada talâmica) explica a ocorrência de hemianopsia - perda de metades opostas dos campos visuais.

Quando o tálamo é danificado, a interrupção de suas conexões com o sistema estriopalidal e os campos extrapiramidais do córtex (principalmente os lobos frontais) pode causar distúrbios do movimento, em particular hipercinesia complexa - atetose coreica. Um distúrbio extrapiramidal peculiar é a posição da mão; ela é flexionada no punho, trazida para o lado ulnar, e os dedos são estendidos e pressionados uns contra os outros (mão talâmica ou "mão do obstetra"). As funções do tálamo estão intimamente relacionadas à esfera emocional; portanto, quando ele é danificado, podem ocorrer riso forçado, choro e outros distúrbios emocionais. Frequentemente, com lesão parcial, pode-se observar paresia dos músculos faciais no lado oposto à lesão, que se revela durante movimentos em uma tarefa (paresia mimética dos músculos faciais). As hemisíndromes talâmicas mais constantes incluem hemianestesia com hiperpatia, hemianopsia e hemiataxia.

Síndrome tapâmica de Dejerine-Roussy: hemianestesia, hemiataxia sensorial, hemianopsia homônima, hemialgia, "mão talâmica", distúrbios vegetativos-tróficos no lado oposto à lesão, riso e choro forçados.

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