Glutamina

Principais funções

• Melhora a função imunológica.
• Previne a síndrome do overtraining.

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Fundamentos teóricos

A glutamina é o aminoácido mais comum encontrado no plasma e nos músculos humanos. Os músculos esqueléticos sintetizam, acumulam e liberam glutamina em alta taxa. Ela participa da síntese de proteínas, é doadora de nitrogênio para a síntese de nucleotídeos, transporta nitrogênio entre diferentes tecidos e é um substrato para a formação da urina. A glutamina é uma poderosa fonte de nutrição para os enterócitos intestinais e células do sistema imunológico.

A glutamina parece ser condicionalmente essencial durante períodos de alto estresse metabólico ou doenças graves. Os níveis de glutamina esquelética e plasmática são reduzidos por infecções, cirurgias, traumas, acidose e queimaduras. Exercícios de resistência de longa duração, como maratonas, também podem reduzir as concentrações plasmáticas de glutamina. Além disso, as concentrações plasmáticas de glutamina são significativamente menores em atletas com excesso de treinamento do que em atletas do grupo controle.

Como a glutamina é essencial para o funcionamento ideal do sistema imunológico, a redução dos níveis plasmáticos de glutamina pode prejudicar a função imunológica e aumentar o risco de infecção. Suplementos de glutamina podem melhorar a função imunológica, reduzir o risco de infecção e ajudar a prevenir a síndrome do overtraining.

Resultados da pesquisa

Os benefícios da suplementação de glutamina em pacientes hospitalizados durante períodos de grande estresse fisiológico são bem estabelecidos. A suplementação oral ou parenteral de glutamina após traumas ou cirurgias graves ajuda a manter as concentrações musculares de glutamina, melhorar a excreção de 3-metil-histidina (um marcador do catabolismo muscular), prevenir a atrofia intestinal, aumentar o peso corporal e reduzir o tempo de internação hospitalar.

No entanto, os benefícios da suplementação de glutamina em atletas durante períodos de treinamento intenso ainda não foram estabelecidos. Castell et al. estudaram os efeitos da suplementação de glutamina em corredores de meia distância, maratona e ultramaratona e remadores de elite. As observações foram feitas durante sessões de treinamento e competições. Imediatamente após o exercício até a exaustão, 72 atletas receberam uma bebida contendo glutamina e 79 receberam um placebo. Os atletas preencheram questionários sobre a ocorrência de infecções por sete dias após o exercício. A proporção de atletas que relataram nenhuma infecção foi significativamente maior no grupo suplementado com glutamina (81%) do que no grupo placebo (49%). As infecções foram menores nos corredores de meia distância e maiores nos corredores de maratona e ultramaratona e remadores de elite após treinamento intenso. Em um estudo posterior, Castell et al. relataram que a suplementação de glutamina não pareceu afetar a função do sistema imunológico (avaliada pela distribuição de linfócitos).

Rohde et al. estudaram os efeitos da suplementação de glutamina e exercícios repetidos sobre o estado das células imunes em um experimento cruzado, randomizado e controlado por placebo. Oito atletas pedalaram por 30, 45 e 60 min a 75% do V02máx e descansaram por 2 h entre os treinos. Embora os níveis plasmáticos de glutamina tenham sido mantidos no grupo suplementado com glutamina e diminuídos no grupo placebo, as contagens de linfócitos e linfócitos estimulados por fitohemaglutinina diminuíram 2 h após cada treino em ambos os grupos. Portanto, as alterações imunológicas pós-exercício são independentes da diminuição das concentrações plasmáticas de glutamina.

Recomendações

As concentrações plasmáticas de glutamina podem diminuir após exercícios intensos, levando à depleção de glutamina. No entanto, a ingestão diária adequada de carboidratos pode ajudar a prevenir a depleção de glicogênio muscular e o overtraining, além de manter o nível normal de glutamina. Embora alguns dados preliminares sugiram que a suplementação de glutamina pode reduzir a incidência de infecções respiratórias em atletas, mais estudos são necessários para confirmar esses achados.