Corrimento do umbigo

A secreção pelo umbigo é uma patologia, pois em estado normal a cicatriz retraída que cobre o anel umbilical no local da queda do cordão umbilical deve estar absolutamente seca e não causar sensações desagradáveis.

Apesar de a área do umbigo conter apenas tecido muscular e pele, secreção desagradável do umbigo indica a presença de inflamação.

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Causas de secreção no umbigo

Os cirurgiões citam as seguintes causas de secreção pelo umbigo: inflamação da pele e tecidos subcutâneos da cavidade umbilical (onfalite), tromboflebite da veia umbilical, fístulas umbilicais, endometriose do umbigo, inflamação do cisto do úraco.

A secreção umbilical de um recém-nascido no primeiro mês de vida, na maioria dos casos clínicos, é um sintoma de onfalite – simples, flegmonosa ou, muito raramente, necrótica. O agente causador do processo inflamatório na área da ferida umbilical dos bebês é o estafilococo ou estreptococo.

A tromboflebite da veia umbilical e complicações relacionadas em recém-nascidos podem ser diagnosticadas quando o recém-nascido é submetido à cateterização dos vasos umbilicais durante procedimentos de ressuscitação por asfixia. A tromboflebite da veia umbilical é uma das complicações dessa manipulação.

A inflamação infecciosa da pele do umbigo (onfalite) em adultos também tem etiologia bacteriana ou fúngica. E a secreção umbilical durante a gravidez pode ocorrer justamente por causa da onfalite. A secreção umbilical em mulheres e homens é possível como resultado de uma fístula periumbilical adquirida, que se forma no local de uma supuração aberta durante o estrangulamento de uma hérnia umbilical.

Uma das causas desse corrimento também é um cisto de úraco – uma anomalia congênita que ocorre durante o desenvolvimento intrauterino. Essa patologia está associada ao fato de o ducto urinário fetal (úraco) não crescer completamente, mas os médicos ainda não descobriram por que isso acontece. Além disso, esse defeito de desenvolvimento pode não se manifestar por muito tempo e só aparecer com a idade.

Além disso, a secreção do umbigo em mulheres pode aparecer como resultado da endometriose do umbigo, quando a membrana mucosa interna do corpo do útero (endométrio) cresce no tecido do peritônio na área umbilical.

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Sintomas de secreção no umbigo

Os sintomas de secreção umbilical dependem da causa da patologia. Os sinais característicos da onfalite simples (também chamada de umbigo úmido) são secreção serosa e odor no umbigo, bem como hiperemia e inchaço da pele ao redor do umbigo. A onfalite flegmonosa é caracterizada não apenas por secreção purulenta do umbigo, mas também por um aumento da temperatura local e em todo o corpo. Nesse caso, forma-se uma crosta sobre o local da inflamação, sob a qual se acumula pus, e ao palpar a área adjacente à inflamação, os pacientes queixam-se de dor.

A forma necrótica desta doença, segundo os cirurgiões, é um fenômeno raro, mas extremamente perigoso. Na onfalite necrótica, a pele ao redor do umbigo torna-se roxa ou azulada, e podem surgir úlceras abertas. A temperatura corporal sobe para +39,5°C. O processo inflamatório é profundo, ou seja, afeta o peritônio e pode causar inflamação purulenta aguda da parede abdominal (fleuma). Também pode atingir os órgãos internos, o que pode levar à infecção sanguínea (sepse).

Em caso de inflamação da ferida umbilical em recém-nascidos, pode haver secreção seroso-purulenta ou purulenta, com vasos dilatados visíveis na parede abdominal. Em caso de intoxicação generalizada, o bebê pode apresentar ansiedade ou letargia, mamar mal e regurgitar com frequência.

Na tromboflebite da veia umbilical em recém-nascidos, a pele ao redor do umbigo fica vermelha, um cordão fibroso aparece acima do umbigo, a parede abdominal fica constantemente tensa e, ao acariciar o abdômen, surge uma secreção sanguinolenta do umbigo.

Primeiro, observa-se uma secreção transparente e, em seguida, branca, saindo do umbigo, com uma fístula. A pele próxima ao umbigo também pode ficar inflamada e pode aparecer sangue na secreção. A parede abdominal anterior fica tensa e dolorosa.

Na endometriose do umbigo em mulheres, pode ocorrer secreção sanguinolenta do umbigo e dores de puxão antes, durante ou imediatamente após o término da menstruação.

Se a secreção do umbigo for causada por inflamação do cisto do úraco, os sintomas que a acompanham são dor de intensidade variável na região abdominal (aguda à palpação), disfunção intestinal e problemas para urinar.

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Diagnóstico de secreção umbilical

Hoje em dia, o diagnóstico da secreção umbilical é realizado principalmente com base nos dados do exame do paciente, na determinação do agente causador da inflamação por meio de exame bacteriológico da secreção (esfregaço umbilical) e em um exame de sangue geral.

Se a secreção do umbigo não estiver associada à onfalite, é prescrito um exame de urina, raio-X ou ultrassom dos órgãos abdominais e pélvicos.

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Tratamento de secreção umbilical

O tratamento da secreção umbilical depende da sua causa. No tratamento local da onfalite simples (tanto em recém-nascidos quanto em adultos), o umbigo é tratado com preparações antissépticas, como solução alcoólica de iodo (10%), solução alcoólica de verde brilhante (2%), solução de peróxido de hidrogênio (3%), solução de permanganato de potássio (5%) e solução de nitrato de prata (2%).

Recomenda-se também a aplicação das seguintes pomadas:

• Linimento de sintomicina (emulsão de sintomicina) - aplicado na área do umbigo, com um curativo comum por cima (possivelmente com papel para compressa) - 3 a 4 vezes ao dia.
• Sulfato de polimixina-M - aplicado em uma camada fina na área afetada após a remoção do pus - 1 a 2 vezes ao dia.
• Baneocin (Bacitracina + Neomicina) - aplicar de 2 a 4 vezes ao dia. Podem ocorrer vermelhidão, pele seca, erupções cutâneas e coceira no local da aplicação. Não recomendado para gestantes.
• Pomada e creme Bactroban (Mupiprocin) - aplicados três vezes ao dia, o tratamento dura de 7 a 10 dias. A pomada não é usada para tratar crianças menores de 2 meses, e o creme não é usado para crianças menores de um ano.

O tratamento da onfalite flegmonosa ou necrótica é realizado em ambiente hospitalar, com injeções de antibióticos. Em casos graves, recorre-se à intervenção cirúrgica com instalação de drenagem para remoção do pus.

Mas as fístulas umbilicais do umbigo são tratadas apenas cirurgicamente – por excisão e sutura. Na maioria dos casos, o tratamento do cisto de úraco é realizado por cirurgiões, uma vez que os métodos conservadores existentes para essa patologia, via de regra, não produzem o efeito desejado.

Prevenção de secreção umbilical

Como a secreção desagradável é, na maioria das vezes, consequência de um processo inflamatório, a prevenção da secreção pelo umbigo consiste em preveni-la.

A mais eficaz delas é seguir as regras de higiene pessoal. Ou seja, a lavagem regular no chuveiro não deve ignorar a cavidade umbilical. Ao mesmo tempo, é necessário remover cuidadosamente a água do umbigo. E se o umbigo for profundo o suficiente, recomenda-se tratá-lo com tintura alcoólica de calêndula, furacilina ou clorexidina uma vez por semana. Assim, a secreção do umbigo não precisa ser tratada.

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