Ameba bucal

A ameba oral (Entamoeba gingivalis) é um tipo de organismo unicelular (protista) do tipo sarcode. Pertence à subordem dos amebozoários e é uma das seis espécies de endoparasitas desse grupo que podem viver no interior de uma pessoa. Ao contrário da ameba disentérica, a ameba oral não é reconhecida como um protozoário patogênico (protozoário) e é considerada um comensal não patogênico em parasitologia médica. Embora pesquisas científicas sobre a possível ação patogênica desse tipo de ameba tenham sido conduzidas desde sua descoberta em meados do século XIX.

O habitat da ameba oral é a placa bacteriana mole e as bolsas periodontais (gengivais) na base dos dentes, sendo também encontrada em dentes cariados e lacunas das amígdalas palatinas. Acredita-se que esses protistas vivam na boca de quase todos os adultos.

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Estrutura ameba bucal

Em sua estrutura, a ameba oral é um trofozoíto, ou seja, apresenta uma forma vegetativa de corpo unicelular.

Essa ameba não forma cistos, e todo o seu ciclo de vida ocorre apenas no estágio de trofozoíto, variando em tamanho de 5 a 50 µm de diâmetro, mas geralmente não ultrapassa 10-20 µm.

A estrutura da ameba oral se distingue pelo fato de sua célula não ter uma configuração constante e ser limitada por uma camada compactada de ectoplasma transparente e viscoso – a membrana plasmática. Sob essa camada, encontra-se um endoplasma granular mais líquido, e ambas as camadas são distinguidas em alta ampliação apenas quando a ameba está em movimento.

O endoplasma contém um núcleo esférico pequeno e discreto coberto por uma membrana, e dentro dele há pequenos aglomerados de cromatina distribuídos de forma irregular (cariossomos), constituídos por proteínas e RNA.

As organelas responsáveis pelo movimento da E. gingivalis são pseudópodes (pernas falsas) na forma de protuberâncias citoplasmáticas que surgem quando a ameba precisa se movimentar. Com essas mesmas protuberâncias, ela captura alimento – leucócitos polimorfonucleares (neutrófilos), restos de células mortas da mucosa (detritos celulares) e bactérias que formam a placa bacteriana.

O alimento acaba dentro do corpo da ameba (no citoplasma) e é digerido nos fagossomos — vacúolos digestivos. Esse processo é chamado de fagocitose. E os restos não digeridos são excretados por qualquer parte do corpo do protista.

E. gingivalis se reproduz por fissão binária, produzindo duas células-filhas menores.

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Patogênese

O homem é o único hospedeiro da E. gingivalis, ela não forma cistos e, portanto, o mecanismo de sua transmissão ou as vias de infecção pela ameba oral são diretamente de uma pessoa para outra através do beijo, do uso dos mesmos talheres e pratos, bem como da escova de dentes.

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Sintomas

Na verdade, não há sintomas de ameba oral, ou seja, sinais de sua presença na cavidade oral.

O veredito final dos parasitologistas sobre a real patogenicidade da ameba oral ainda não foi dado. A questão continua sendo debatida, e o ponto de partida para a atitude negativa em relação à ameba oral é sua detecção em pessoas com patologias gengivais como a periodontite (piorreia alveolar). Conforme relatado na revista Dental Research, a ameba oral está presente em 95% dos pacientes com essa doença, mas a E. gingivalis também foi detectada em metade dos pacientes com gengivas saudáveis…

Até o momento, não há evidências convincentes de que a ameba oral esteja envolvida no desenvolvimento da doença periodontal e possa causar a liberação de pus.

A ameba oral ou bucal é um organismo sinantrópico, ou seja, coexiste com humanos e, como observam os pesquisadores, o hospedeiro em cuja boca vive a E. gingivalis lhe fornece "casa e alimento". E os trofozoítos dessa ameba não causam danos diretos à saúde do hospedeiro. Existe até a teoria de que esse protozoário ajuda a reduzir ou prevenir o crescimento de outros microrganismos potencialmente nocivos, já que as bactérias fazem parte de sua "dieta". Analisando a situação sob esse ponto de vista, podemos supor que a ameba oral traz certos benefícios ao hospedeiro humano.

Diagnósticos

A E. gingivalis só pode ser encontrada na cavidade oral humana por meio de exames laboratoriais de esfregaços de bolsas periodontais e raspados de placa bacteriana. Há também casos de detecção de ameba oral no escarro.

Neste caso, segundo especialistas, a ameba oral pode ser confundida com a ameba disentérica (Entamoeba histolytica) em um abscesso pulmonar. Mas a característica distintiva da Entamoeba gingivalis é que seus trofozoítos frequentemente contêm leucócitos engolfados.

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Tratamento

Não há tratamento para ameba oral e não há medicamentos específicos para matá-la.