Síndrome de refluxo

A síndrome do refluxo é um grupo de condições patológicas causadas pelo fluxo reverso de fluidos em órgãos ou vasos ocos devido a uma violação do gradiente de pressão neles ou à imperfeição dos sistemas valvular ou esfincteriano. O processo é passivo. A síndrome do refluxo se desenvolve mais frequentemente em três sistemas do corpo: o trato gastrointestinal, o sistema venoso e o trato urinário. Os cirurgiões se deparam principalmente com os dois primeiros, e a síndrome do refluxo do trato urinário é de responsabilidade de urologistas e nefrologistas.

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Síndrome do refluxo no trato gastrointestinal

Síndrome do refluxo gastroesofágico - o fluxo de conteúdo estomacal para o esôfago se desenvolve com insuficiência do esfíncter cardíaco, que mais frequentemente se desenvolve com hérnias diafragmáticas ou defeito anatômico do anel muscular, ou seja, com insuficiência do esfíncter esofagogástrico. A síndrome do refluxo pode se desenvolver com gastrite, úlcera péptica, colecistite, especialmente durante uma exacerbação, após ressecção gástrica, com câncer gástrico e carcinomatose, e pode ocorrer durante a gravidez, ou seja, em casos em que a motilidade gástrica é prejudicada ou há aumento da pressão intra-abdominal. Como resultado, desenvolve-se esofagite, até a formação de uma úlcera péptica. As principais manifestações: azia; às vezes com dor em queimação, ocorrendo na posição horizontal ou inclinada, geralmente diminuindo na posição vertical do corpo. Confirmação do diagnóstico - com a ajuda da EGDS, e isso é suficiente. Tratamento conservador por um gastroenterologista.

A síndrome do refluxo duodenogástrico se desenvolve com úlcera péptica, duodenite, colecistite e pancreatite após ressecção gástrica. O ambiente alcalino e os ácidos biliares removem o muco protetor do estômago, resultando em gastrite erosiva, que pode levar à formação de úlceras erosivas e, às vezes, pólipos. Manifesta-se pelo quadro clínico de gastrite. É confirmada pela FGS, que é suficiente. O tratamento conservador é realizado por um gastroenterologista.

A síndrome do refluxo pancreatobiliar se desenvolve com patologia macroscópica do duodeno e da ampola de Vater. Com hipertensão elevada no ducto biliar comum, o suco pancreático entra nos ductos biliares, causando colangite enzimática grave (frequentemente com destruição das paredes). Isso é acompanhado por danos hepáticos com desenvolvimento de icterícia, intoxicação grave e requer tratamento cirúrgico urgente. O diagnóstico é confirmado por FGS com pancreatocolangiografia retrógrada. A ultrassonografia, no entanto, pode fornecer informações sobre o estado dos ductos biliares.

A síndrome do refluxo coledocopancreático pode se desenvolver apenas com a combinação de ducto biliar comum e pancreático em caso de patologia da papila de Vater e do esfíncter de Oddi, ou em caso de violação da técnica de realização de colangiografia retrógrada. A entrada de bile no ducto pancreático causa danos à parede e o desenvolvimento de necrose pancreática grave. O tratamento é cirúrgico, urgente, no departamento de cirurgia abdominal.

Síndrome do refluxo no sistema venoso

É mais frequentemente observada nas veias dos membros inferiores, onde, devido à insuficiência da válvula venosa, manifesta-se na forma de varizes.