Problemas sociais na epilepsia

Problemas sociais estão entre os mais importantes para pacientes com epilepsia. Embora os médicos conversem principalmente com os pacientes sobre a frequência das convulsões, os efeitos colaterais dos medicamentos e os resultados dos exames, os pacientes frequentemente querem discutir questões completamente diferentes: por exemplo, como superar o sentimento de rejeição que ocorre devido às convulsões, como as convulsões afetarão a possibilidade de conseguir uma profissão, ser reintegrado no trabalho ou ir à escola. Os pacientes querem saber como as convulsões afetarão sua vida social e independência, a perspectiva de casamento, vida familiar, se podem ter um filho, se podem obter uma carteira de motorista, etc. Há uma série de medos, equívocos e estigmas associados à epilepsia. Muitas pessoas ainda têm a ideia de que a epilepsia está associada à insanidade e até mesmo à possessão pelo diabo. O tratamento bem-sucedido da epilepsia, portanto, requer a discussão de toda a gama de problemas sociais com o paciente.

A questão de saber se pacientes epiléticos podem dirigir é problemática. Obviamente, pacientes com crises epiléticas frequentes não devem dirigir, mas em caso de crises raras, sob certas condições, a condução pode ser permitida. Diferentes estados nos EUA têm requisitos diferentes para a duração do período sem crises que dá direito à obtenção da carteira de motorista – de vários meses a dois anos. Quanto menor o intervalo de tempo que permite que pacientes epiléticos obtenham permissão para dirigir temporariamente um veículo, mais confiáveis podem ser os relatos de convulsões do paciente. Pacientes com crises epiléticas também podem obter permissão para dirigir se suas crises ocorrerem exclusivamente à noite ou se um sintoma precursor aparecer constantemente um certo tempo antes da crise, o que lhes permite estacionar o carro com segurança. Quase todos os estados nos EUA exigem que o paciente notifique as autoridades administrativas apropriadas sobre a doença. A necessidade de obter um atestado médico muitas vezes leva o paciente a ocultar a verdadeira frequência das crises, o que leva a um tratamento inadequado.

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Emprego com epilepsia

A maioria das pessoas com epilepsia são trabalhadoras produtivas em tempo integral. Se as convulsões não forem controladas, os pacientes são proibidos de realizar atividades que exijam dirigir, operar máquinas potencialmente fatais ou perigosas, usar produtos químicos cáusticos ou permanecer em alturas elevadas ou debaixo d'água por longos períodos. Em 1990, a Lei dos Americanos para Deficientes proibiu a discriminação contra pessoas com epilepsia no emprego. Se uma pessoa com epilepsia não puder desempenhar suas funções devido a convulsões, ela deverá receber uma oferta de emprego que corresponda às suas qualificações.

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Escolaridade e Epilepsia

Crianças com epilepsia conseguem lidar com o currículo escolar com sucesso, embora em alguns casos surjam certas dificuldades, que podem estar relacionadas a um ambiente social desfavorável, atitude hostil dos colegas, baixa autoestima ou baixas expectativas. Dificuldades de aprendizagem também podem ser causadas por uma doença subjacente que danifica o cérebro. Outro fator importante que tem um efeito adverso na aprendizagem são os medicamentos antiepilépticos. Os barbitúricos são especialmente desfavoráveis nesse aspecto.

Gravidez e Epilepsia

Mulheres com epilepsia podem engravidar, dar à luz, ter filhos saudáveis e participar plenamente da criação dos filhos. No entanto, a gravidez pode estar associada a altos riscos, tanto pelas convulsões em si quanto pela necessidade de tomar medicamentos antiepilépticos. O risco de ter um filho com anomalia do desenvolvimento em mulheres com epilepsia é vários pontos percentuais maior do que a média da população. Algumas anomalias do desenvolvimento provavelmente estão relacionadas às próprias convulsões ou aos medicamentos antiepilépticos.

A monoterapia é preferível para reduzir o risco durante a gravidez. Há controvérsia sobre qual medicamento é mais seguro durante a gravidez. Não há estudos controlados para resolver essa questão. A síndrome da hidantoína fetal associada à fenitoína é bem conhecida. Barbitúricos também podem causar malformações. O estado disráfico pode estar associado ao ácido valproico e à carbamazepina. A melhor estratégia durante a gravidez é usar um único medicamento que seja mais eficaz no tratamento do tipo convulsivo. Como o ácido fólico demonstrou ter algum efeito na prevenção de malformações fetais em mães sem doença neurológica, é razoável recomendar seu uso na dose de 0,4-1,0 mg/dia para todas as mulheres que podem engravidar.

Lesões durante crises epilépticas

Embora o objetivo do tratamento seja ajudar as pessoas com epilepsia a viverem a vida o mais plenamente possível, as pessoas devem ser alertadas sobre a possibilidade de lesões durante as convulsões. Convulsões pouco frequentes (por exemplo, convulsões do tipo pequeno mal, que ocorrem menos de uma vez a cada três meses) geralmente não exigem restrições. No entanto, convulsões frequentes exigem cautela em relação à água, incluindo banhos (sentar-se no chuveiro é mais seguro), alturas (subir escadas por um curto período geralmente é seguro), movimentação de máquinas e outras situações potencialmente perigosas. Esse risco existe tanto em casa quanto no trabalho. As recomendações de segurança devem ser individualizadas para cada indivíduo.