Pleurisia seca (fibrinosa) - Sintomas

Sintomas de pleurisia diafragmática

A pleurisia diafragmática (basal) é caracterizada pela localização do processo inflamatório na pleura diafragmática e frequentemente cursa com pneumonia basal e processos inflamatórios no espaço subdiafragmático. As principais características clínicas da pleurisia diafragmática são as seguintes:

• a dor é localizada nas partes anteriores inferiores do tórax, mais frequentemente à direita, e irradia-se ao longo do nervo frênico até a área do ombro e ao longo dos nervos intercostais inferiores até a parede abdominal anterior, o que se assemelha ao quadro clínico de apendicite aguda, colecistite, úlcera gástrica e úlcera duodenal;
• a dor pode ser acompanhada de tensão nos músculos da parede abdominal anterior;
• frequentemente são observados soluços dolorosos (foram descritos casos de soluços incontroláveis com duração de 1-2 dias) e dor ao engolir;
• Pontos dolorosos de Mussi são revelados (o superior está entre as pernas do músculo esternocleidomastoideo, o inferior está na intersecção da continuação da 10ª costela com a linha paraesternal). A dor nesses pontos é explicada pelo envolvimento do nervo frênico no processo inflamatório; a dor é frequentemente determinada ao longo da linha de inserção do diafragma no tórax;
• o paciente assume uma posição forçada - senta-se com o corpo inclinado para a frente;
• ruído de atrito pleural pode ser ouvido nas partes anteriores inferiores do tórax, mais frequentemente à direita, mas na maioria dos casos está ausente;
• Sinais radiológicos podem ser determinados: posição alta da cúpula do diafragma, seu atraso durante a inspiração profunda, mobilidade limitada da borda inferior do pulmão.

Os sintomas da pleurisia diafragmática acima são explicados da seguinte forma. Os seis nervos intercostais inferiores inervam as partes inferiores da pleura parietal, bem como as vertentes laterais da pleura diafragmática, a pele e os músculos da parede abdominal anterior, e os ramos desses nervos são tanto sensoriais quanto motores. Na pleurisia diafragmática, a irritação desses nervos leva à propagação da dor para a parede abdominal anterior e à tensão reflexa de seus músculos.

Sintomas de pleurisia apical

Na pleurisia apical, a pleura que reveste a parte superior dos pulmões está envolvida no processo inflamatório. A pleurisia apical é muito típica da tuberculose pulmonar. As principais características clínicas desta pleurisia são as seguintes:

• a dor é localizada na região dos ombros e escápulas e, devido ao envolvimento do plexo braquial no processo inflamatório, pode se espalhar ao longo do trajeto dos troncos nervosos do braço;
• A palpação comparativa das partes superiores dos músculos trapézio, peitoral maior e deltoide revela dor acentuada no lado afetado - síndrome da dor muscular de Sternberg. Frequentemente, juntamente com a dor nesses músculos, sua rigidez (endurecimento) é determinada à palpação - sintoma de Potenger. Os sintomas de Sternberg e Potenger diminuem gradualmente e desaparecem à medida que a pleurisia apical regride;
• O ruído de atrito pleural na região do ápice dos pulmões pode ser silencioso devido à baixa mobilidade respiratória; muitas vezes, esse ruído de atrito silencioso é confundido com chiado.

Sintomas de pleurisia paramediastinal

Na pleurisia paramediastinal, o foco inflamatório geralmente se localiza nas áreas anterolaterais do pericárdio. Nesse caso, a dor pode estar localizada na região cardíaca, intensificar-se à palpação da região precárdica e pode surgir ruído de atrito pleuropericárdico. Esse ruído pode ser rítmico, ou seja, audível em sincronia com a atividade cardíaca, mas pode se intensificar no auge da inspiração (nesse momento, as camadas pleural e pericárdica se unem). Prender a respiração durante a inspiração, ao contrário, reduz drasticamente sua intensidade, mas o ruído não desaparece completamente.

Sintomas de pleurisia parietal (costal)

A pleurisia parietal (costal) é a forma mais comum de pleurisia fibrinosa, cujos sintomas estão descritos acima. Os principais sintomas dessa variante da pleurisia seca são dor torácica (na projeção dos depósitos fibrinosos), que se intensifica com a respiração e a tosse, e um ruído típico de atrito pleural.

O curso da pleurisia seca (fibrinosa)

A pleurisia seca geralmente evolui favoravelmente. A doença dura de 1 a 3 semanas e geralmente termina com a recuperação. Um curso recorrente longo é típico da etiologia tuberculosa da doença.