Diagnóstico radiográfico da osteoartrose das articulações das mãos

A radiografia padrão das mãos é realizada em projeção direta. Os dedos são posicionados juntos, as mãos apoiadas sobre o cassete, alinhadas ao eixo que passa pelos antebraços e punhos.

Manifestações iniciais da osteoartrite das articulações das mãos (correspondem aos estágios I-II da artrose segundo Kellgren):

• leve afiação das bordas ou osteófitos com osteosclerose subcondral leve,
• pequenos cistos subcondrais,
• espaço articular radiográfico normal ou ligeiramente estreito,
• presença de pequenas calcificações nos tecidos moles na área das bordas laterais das superfícies articulares dos ossos.

Alterações pronunciadas na osteoartrite das articulações das mãos (correspondem aos estágios III-IV da artrose segundo Kellgren):

• osteófitos moderadamente pronunciados ou grandes,
• deformação das bordas das superfícies articulares dos ossos,
• estreitamento significativo do espaço articular radiográfico,
• osteoesclerose (nódulos de Heberden nas articulações interfalângicas distais e nódulos de Bouchard nas proximais),
• cistos com borda esclerótica,
• defeitos marginais das superfícies articulares (nos quais as saliências ósseas de um lado podem se encaixar no outro), geralmente cercadas por uma zona de osteosclerose.

Imagem dorsopalmar da mão

DA Kallman et al. (1989), RD Altman et al. (1995), em seus métodos de avaliação de alterações radiográficas individuais na osteoartrite das articulações das mãos, levam em consideração osteófitos, estreitamento do espaço articular radiográfico e erosões subcondrais periarticulares para avaliar as articulações interfalângicas distais e proximais e a articulação carpometacarpal do primeiro dedo. Dados adicionais de avaliação incluem esclerose subcondral periarticular e deslocamentos articulares sem subluxações.

A escala de quatro pontos para avaliar as alterações acima não acomoda todo o complexo de alterações anatômicas observadas e descritas por G. Verbruggen, EM Veys (1995). Esses autores distinguem 5 fases de progressão da doença. Articulação não afetada (N) e fase estacionária da osteoartrose (S) são baseadas na presença de OF e/ou estreitamento do espaço articular radiográfico e/ou esclerose subcondral. A maioria das articulações neste estágio permanece na fase S por 2 a 3 anos. Então ocorre a obliteração do espaço articular (fase J), que também dura 2 a 3 anos. Esta fase precede ou coexiste com o aparecimento de cistos subcondrais que rompem a integridade da placa subcondral (fase erosiva ou E). Os episódios erosivos diminuem espontaneamente, dando lugar à restauração do dano e remodelação (fase R). Esta última fase leva à regeneração da placa subcondral, revestida por tecido cartilaginoso, com a formação de grandes osteófitos, conferindo às articulações afetadas um aspecto nodular. G. Verbruggen e EM Veys (1995) acreditam que o método proposto por eles proporciona uma avaliação rápida da progressão da osteoartrose.