Desenvolvimento e caraterísticas específicas da idade dos ossos do tronco

No desenvolvimento do esqueleto de vertebrados, incluindo humanos, distinguem-se três estágios: tecido conjuntivo (membranoso), cartilaginoso e ósseo. Inicialmente, forma-se a corda dorsal, que ocupa uma posição axial e é gradualmente circundada por tecido conjuntivo embrionário. Assim, começa a se formar o esqueleto primário de tecido conjuntivo, presente na lanceta.

Em ciclóstomos (lampreias, feiticeiras) e em peixes inferiores (tubarões, esturjões), a notocorda existe simultaneamente com vértebras cartilaginosas primitivas. Em vertebrados superiores, a corda dorsal está presente apenas no período embrionário.

Durante o desenvolvimento da maioria dos representantes dos cordados, o esqueleto membranoso é substituído por um cartilaginoso. No tecido conjuntivo embrionário que envolve a notocorda e o tubo neural, surgem ilhas de células cartilaginosas – os rudimentos das futuras vértebras cartilaginosas. O terceiro estágio do desenvolvimento esquelético – o osso – sucede o cartilaginoso em animais superiores. O tecido ósseo se desenvolve no lugar da cartilagem que ele desloca.

O complexo processo de desenvolvimento esquelético na filogênese se repete em suas principais características no período embrionário em humanos. Após a formação da medula espinhal, o tecido conjuntivo embrionário se espalha ao redor dela e entre as camadas germinativas, sendo gradualmente substituído por cartilagem. O esqueleto ósseo é posteriormente formado no lugar da cartilagem.

Os ossos do tronco humano se desenvolvem a partir de segmentos primários (somitos) - derivados da parte dorsal do mesoderma. O mesênquima que emana da parte medioventral (esclerótomos) de cada somito envolve a notocorda e o tubo neural, resultando na formação das vértebras primárias (membranosas). Na 5ª semana de desenvolvimento do embrião humano, ninhos separados de tecido cartilaginoso aparecem nos corpos e emergem arcos dorsais e ventrais das vértebras, que posteriormente se fundem. A notocorda, cercada por tecido cartilaginoso, perde sua finalidade e é preservada apenas na forma de um núcleo gelatinoso dos discos intervertebrais entre os corpos das vértebras. Os arcos dorsais das vértebras, crescendo, formam processos espinhosos ímpares, processos articulares e transversos pareados após a fusão. Os arcos ventrais crescem na forma de listras para os lados e penetram nas seções ventrais dos miótomos, formando as costelas. As extremidades anteriores das nove costelas cartilaginosas superiores expandem-se e fundem-se em cada lado, formando faixas cartilaginosas (peitorais). Ao final do segundo mês de vida do embrião, as extremidades superiores das faixas peitorais direita e esquerda fundem-se, formando o manúbrio do esterno. Um pouco mais tarde, as seções inferiores das faixas peitorais também se unem – o corpo do esterno e o apêndice xifoide são formados. Às vezes, essas faixas não se fundem ao longo de toda a sua extensão, e o apêndice xifoide permanece bifurcado abaixo.

No início da 8ª semana, inicia-se a substituição do esqueleto cartilaginoso por um ósseo. Em cada costela, no local do futuro ângulo, surge um ponto de ossificação, a partir do qual o tecido ósseo se espalha em ambas as direções e ocupa gradualmente todo o corpo da costela. A cabeça da costela apresenta um ponto de ossificação entre 15 e 20 anos de vida. Nas 10 costelas superiores, entre 15 e 20 anos de vida, o ponto de ossificação também surge no tubérculo da costela.

Até 13 centros de ossificação são formados no esterno, com um ou dois no manúbrio já no 4º ao 6º mês de vida intrauterina. No 7º ou 8º mês, os centros de ossificação aparecem na parte superior do corpo (geralmente pareados), na parte média - antes do nascimento, e na parte inferior - no 1º ano de vida. Partes individuais do esterno crescem juntas em um único corpo ósseo do 15º ao 20º ano. O processo xifoide começa a ossificar do 6º ao 20º ano e se funde com o corpo do esterno após 30 anos. O manúbrio se funde com o corpo mais tarde do que todas as partes do esterno ou não se funde.

As vértebras começam a ossificar no final da 8ª semana de embriogênese. Cada vértebra possui 3 centros de ossificação: um no corpo e dois no arco. Os centros de ossificação no arco se fundem no primeiro ano de vida, e o arco se funde com o corpo vertebral no terceiro ano ou mais tarde. Centros de ossificação adicionais nas partes superior e inferior dos corpos vertebrais aparecem após 5 a 6 anos e crescem no corpo aos 20 a 25 anos. Centros de ossificação independentes são formados nos processos das vértebras. As vértebras cervicais (I e II) diferem em desenvolvimento das outras vértebras. O atlas possui um centro de ossificação nas futuras massas laterais, de onde o tecido ósseo cresce para o arco posterior. No arco anterior, o centro de ossificação aparece apenas no primeiro ano de vida. Parte do corpo da primeira vértebra se separa dela no estágio do período cartilaginoso e se junta ao corpo da segunda vértebra, transformando-se em um processo odontoide (dente). Este último possui um ponto de ossificação independente, que se funde com o corpo ósseo da segunda vértebra no 3º-5º ano de vida da criança.

As vértebras sacrais se desenvolvem da mesma forma que as demais, a partir de três centros principais de ossificação. Nas três vértebras sacrais superiores, centros de ossificação adicionais surgem entre o 6º e o 7º mês de vida intrauterina, devido aos quais se desenvolvem as partes laterais do sacro (rudimentos das costelas sacrais). Entre o 17º e o 25º ano, as vértebras sacrais se fundem em um único osso. Nas vértebras coccígeas (rudimentares), um centro de ossificação surge em momentos diferentes (no período de 1 a 20 anos).

O embrião humano possui 38 vértebras: 7 cervicais, 13 torácicas, 5 lombares e 12-13 sacrais e coccígeas. Durante o crescimento do embrião, ocorrem as seguintes alterações: o 13º par de costelas é reduzido e se funde com os processos transversos da vértebra correspondente. A última vértebra torácica se transforma na primeira lombar, e a última vértebra lombar se torna a primeira sacral. Posteriormente, a maioria das vértebras coccígeas é reduzida. Assim, ao nascimento, a coluna vertebral possui 33-34 vértebras.

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