Alergia ao leite de vaca

A alergia ao leite de vaca é um tipo de alergia alimentar que deve ser diferenciada da intolerância à lactose (deficiência de lactase). A alergia ao leite de vaca é uma resposta imunológica específica a uma proteína exclusiva do leite de vaca; outros tipos de leite (ovelha e cabra) não contêm essa proteína. A deficiência de lactase é a ausência ou produção incompleta de uma enzima específica pelo organismo – a lactase, responsável pelo processo de quebra da lactose (açúcar do leite). Via de regra, esses tipos de alergia não são completamente curados; a deficiência de lactase é compensada com o uso de medicamentos fermentadores especiais; outros tipos de alergia ao leite são corrigidos por medidas terapêuticas que restauram a microflora intestinal e eliminam a disbacteriose.

A alergia ao leite de vaca raramente é uma doença independente; na maioria das vezes, desenvolve-se em conjunto com a deficiência de lactase. Acredita-se que a DL (deficiência de lactase) seja uma doença secundária, uma vez que o ambiente intestinal irritado não é capaz de criar condições para a microflora normal e a produção da quantidade necessária da enzima. O corpo não recebe o suporte dos lactobacilos "úteis" necessários e não consegue decompor o açúcar do leite por completo.

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O que causa alergia ao leite de vaca?

O adorado leite, fortemente associado não apenas aos bebês, mas também à papinha, contém diversas proteínas valiosas, mas quatro delas costumam ser a causa de uma reação alérgica. A proteína do leite é uma proteína ou antígeno estranho, incomum ao corpo humano. Os antígenos que podem provocar intolerância ao leite, por sua vez, têm uma estrutura complexa e são divididos em subfrações. Os antígenos mais agressivos são a beta-lactoglobulina, a caseína e a alfa-lactalbumina.

A "mais pesada" é a caseína, que ocupa quase 80% de toda a estrutura do leite de vaca. A caseína consiste em subfrações, duas das quais são as mais agressivas em relação ao trato digestivo. São elas: a alfa-C-caseína e a alfa-caseína. Se uma criança for diagnosticada com alergia ao leite de vaca causada por subfrações de caseína, também é possível que ela tenha uma reação alérgica a queijos feitos com leite.

As proteínas antigênicas restantes (cerca de 10%) são beta-lactoglobulinas, que fazem parte de qualquer leite, não apenas do leite de vaca.

Outro antígeno, a alfa-lactalbumina, ocupa apenas 5% de todo o espaço estrutural do leite, porém, se o corpo reagir agressivamente a ele, podem ocorrer reações alérgicas às proteínas da carne, principalmente a bovina.

As menos perigosas em termos de alergias são as lipoproteínas, pois têm baixa densidade e são uma união de lipídios e proteínas. Este antígeno é responsável pela reação alérgica a cremes e manteigas.

Os antígenos listados não são encontrados apenas no leite fresco ou fervido, mas também em laticínios (em pó, condensado). Além disso, todos os produtos que incluem leite de vaca em suas receitas são potencialmente perigosos em termos de provocar alergias (sorvete, chocolate ao leite, doces, maionese, queijos).

Como se desenvolve a alergia ao leite de vaca?

Na maioria das vezes, o "estreia" das alergias é perceptível em bebês, quando eles mudam para uma dieta mais variada. Qualquer tipo de alimentação complementar que cause erupções cutâneas, vômitos, diarreia e outros sintomas alérgicos deve ser descartado. O estado do bebê melhora significativamente. Além disso, casos isolados de alergia ao leite de vaca não podem ser considerados diagnósticos. Muitas vezes, aos dois anos de idade, todos os sintomas que indicam alergia ao leite de vaca desaparecem na criança, mesmo ao consumir produtos lácteos integrais. Esse fenômeno se deve ao fato de que muitos mecanismos de proteção já foram formados, assim como as membranas mucosas do trato digestivo, e o próprio sistema digestivo se tornou mais funcional. Manifestações alérgicas à proteína do leite de vaca são de fato extremamente raras em adultos; é óbvio que o corpo se adapta gradualmente e começa a aceitar substâncias anteriormente estranhas. Se a alergia ao leite de vaca ainda for observada, então, muito provavelmente, trata-se de uma deficiência enzimática elementar que precisa ser corrigida.

Alergia ao leite de vaca em recém-nascidos

• Diarreia não associada a outras causas. Muitas vezes, há presença de sangue nas fezes, sendo esta uma das manifestações graves e perigosas de alergia.
• Regurgitação frequente, não típica de regurgitação reflexa funcional normal.
• Erupção cutânea difusa por todo o corpo, irritação nas áreas mais vulneráveis da pele.
• Irritabilidade, choro excessivo do bebê.
• Perda de peso associada à regurgitação e diarreia persistentes.
• Flatulência, muito mais intensa que a formação funcional de gases.
• Problemas respiratórios, inchaço.
• Diminuição do apetite.

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Que medidas devem ser tomadas se você tiver alergia ao leite de vaca?

Se uma mãe atenta notar sinais de reação alérgica em seu filho, a primeira coisa a fazer é excluir o alimento provocador do cardápio do bebê. Em seguida, você deve observar a condição dele. Como regra, se o alimento provocador não for incluído na dieta, a criança já se sente muito melhor no segundo dia. Experimentos com alimentação complementar dosada, quando um alimento alérgico é oferecido, aumentando gradativamente a porção, não são permitidos. Meia colher de chá é suficiente para criar todas as condições para uma reação alérgica violenta no trato gastrointestinal do bebê. As fórmulas lácteas que causam alergias devem ser substituídas por fórmulas à base de hidrolisado de leite, ou seja, produtos que contenham as proteínas do leite mais decompostas. Esses produtos são hipoalergênicos e foram especialmente desenvolvidos para crianças com intolerância às proteínas do leite de vaca. Você também deve prestar atenção aos produtos sem lactose que não contêm açúcar do leite. Os anti-histamínicos que aliviam os sintomas alérgicos devem ser prescritos apenas pelo pediatra responsável; a independência é inaceitável aqui. O médico pode recomendar o uso de sorventes suaves que ajudam a limpar rapidamente o trato digestivo de alimentos não digeridos.

Se a alergia ao leite de vaca persistir como doença após o primeiro ano de vida da criança, todos os produtos que contenham proteína do leite deverão ser excluídos da dieta. A deficiência de cálcio é compensada por produtos de soja e vegetais que contêm esse microelemento benéfico. Leite de cabra ou ovelha, que não contém proteínas causadoras de alergia, também é útil.

A alergia ao leite de vaca geralmente é neutralizada nos primeiros dois anos de vida da criança, desde que uma dieta rigorosa e todas as recomendações médicas sejam seguidas. Além disso, o leite materno é reconhecido como o produto mais benéfico para bebês de até um ano ou um ano e meio em todo o mundo, pois a amamentação não só é uma exceção ao risco de uma reação alérgica, como também garante um sistema imunológico forte para a criança.