Como aumentar as hipóteses de sucesso da fertilização in vitro?

O processo de envelhecimento das estruturas estromais endometriais que revestem a superfície interna do útero pode dificultar a fixação do embrião ao útero. Cientistas chegaram a essa conclusão recentemente. A causa do problema, segundo eles, é a perda da capacidade do estroma de reagir aos impulsos hormonais e à produção de prolactina, além de outros fatores importantes para o processo de implantação. Ao mesmo tempo, os especialistas observaram que esses aspectos negativos podem ser evitados com o uso de agentes senomórficos – medicamentos que inibem o fenótipo do envelhecimento celular sem alterar o número de células. A aplicação clínica desses medicamentos permite aumentar significativamente as chances de sucesso da fertilização in vitro (FIV).

O tecido endometrial muda drasticamente durante o ciclo menstrual: há uma transformação ativa das células estromais em células deciduais, que garantem a fixação normal do embrião na parede e produzem componentes necessários para o desenvolvimento posterior do feto (em particular, a prolactina ). Se esse processo, chamado decidualização, for interrompido, a mulher desenvolve infertilidade.

Pesquisadores comprovaram que o envelhecimento do estroma leva à falha na transformação celular, o que bloqueia a implantação adequada e impossibilita a continuação da gravidez. Células envelhecidas param de se dividir, aumentam de tamanho, seu DNA é danificado e falhas genéticas são observadas. Além disso, estudamos pontos como a reação das células à introdução de progesterona e estrogênio – hormônios que enviam um impulso ao estroma para iniciar os processos de decidualização.

Constatou-se que as estruturas estromais envelhecidas apresentaram resposta insuficiente à introdução de hormônios sexuais e, como resultado, foram mal transformadas em células maduras. Além disso, seus genes marcadores de transformação funcionaram muito pior, impedindo a transformação das células jovens existentes. A prolactina foi secretada cerca de uma vez e meia menos do que em estruturas jovens, o que reduziu significativamente a probabilidade de fixação de embriões de qualidade: sua imersão no estroma foi insuficiente e fraca.

Quando os cientistas administraram adicionalmente medicamentos senomórficos, as células senescentes voltaram a responder aos mensageiros hormonais, e a probabilidade de implantação bem-sucedida aumentou em 1,4 vezes.

O novo método requer adaptação clínica, mas especialistas em reprodução estão mais do que determinados. Ao que tudo indica, os médicos terão em breve uma nova oportunidade de aumentar significativamente a eficiência dos procedimentos de fertilização in vitro e reduzir o número de pacientes que têm uma experiência desfavorável com múltiplos ciclos de implantação malsucedidos. É possível que o uso de métodos senomórficos ajude a resolver alguns outros problemas de reprodução bem-sucedida.

Os resultados do artigo de pesquisa são publicados nas páginas da Human Reproduction