Os cientistas descobriram um novo "depósito" de infeção por VIH no corpo humano

Já se sabia que o vírus HIV podia se esconder dentro das células sanguíneas do sistema imunológico. No entanto, recentemente, esse vírus também foi descoberto em macrófagos, de onde é bastante difícil "expulsá-lo".

"Os resultados dos estudos mostram que o HIV pode se esconder tanto nas células T quanto em outras estruturas do corpo. Se o vírus consegue sobreviver em macrófagos, o tratamento deve ter como objetivo destruí-lo em diferentes tipos de células", explica Jenna Hunnicutt, funcionária da Universidade Americana da Carolina do Norte (Chapel Hill).

Cientistas enfatizam que hoje os pacientes com HIV vivem principalmente graças ao tratamento com medicamentos antirretrovirais – medicamentos específicos que suprimem a replicação viral nas células do corpo. Esse tipo de tratamento tem muitos efeitos colaterais, por isso é vital fazer pausas longas e periódicas na terapia. Essas pausas forçadas geralmente levam à retomada da atividade viral, e a doença retorna ao seu estágio inicial em 14 a 20 dias. É por isso que os cientistas começaram a buscar novos tipos de tratamento para evitar esse fenômeno.

Jenna Hunnicutt e outros pesquisadores determinaram que o vírus “se instala” tanto nas células T quanto nos macrófagos – estruturas amebóides que destroem a flora patogênica e outras partículas perigosas para o corpo.

Os cientistas conduziram seus experimentos em roedores especiais cuja medula óssea consiste em estruturas celulares humanas.

Após a descoberta de um novo "depósito" de infecção pelo HIV, os cientistas decidiram verificar se o vírus, que se escondia nos macrófagos, sobreviveria a um tratamento com medicamentos antirretrovirais. De fato, em mais de um quarto dos roedores experimentais, o vírus foi restaurado após o tratamento antirretroviral.

Acredita-se que os macrófagos sejam o principal esconderijo da infecção pelo HIV. Essa informação é confirmada pela retomada completa da infecção após os efeitos destrutivos de anticorpos, medicamentos e eliminação completa das células T. O fato de os cientistas terem descoberto o esconderijo do vírus pode ser um gatilho para a criação de um medicamento adequado para pacientes infectados pelo HIV.

O tratamento com medicamentos antirretrovirais, que atualmente não possuem análogos, não será capaz de curar completamente a doença. O objetivo desse tratamento é fortalecer a imunidade do próprio corpo, reduzir a concentração de RNA viral, retardar o crescimento da imunodeficiência e aumentar a expectativa de vida dos pacientes. Os medicamentos antirretrovirais não destroem o vírus, apenas inibem sua reprodução. Muitas vezes, o tratamento é realizado com vários tipos de medicamentos antirretrovirais simultaneamente, o que produz resultados relativamente bons. No entanto, essa terapia não é capaz de livrar completamente uma pessoa da doença.