O vírus Zika é perigoso no início da gravidez

Cientistas americanos decidiram verificar como o vírus Zika afeta o feto durante a gravidez e em macacas infectadas que carregavam o feto. O objetivo deste projeto de pesquisa era identificar possíveis defeitos de desenvolvimento em recém-nascidos. Presumia-se que, em macacas bebês, assim como em humanos, o vírus causaria danos cerebrais.

Os bebês foram removidos cirurgicamente do corpo da mãe no 50º dia após a infecção; um total de 5 macacos-rabo-de-porco participaram do experimento. Como resultado, sinais de microcefalia (subdesenvolvimento do cérebro e do crânio, acompanhado de retardo mental e anormalidades neurológicas) foram encontrados nos cérebros dos recém-nascidos.

Estudos anteriores realizados por outros grupos de pesquisa constataram que 1 em cada 100 gestantes infectadas com o vírus Zika no início da gravidez pode desenvolver defeitos cerebrais fetais graves. Cientistas também constataram que, se a mãe for infectada no início da gravidez, o subdesenvolvimento cerebral ocorre 50 vezes mais frequentemente. Segundo especialistas, os primeiros meses de gravidez são extremamente importantes para a saúde do futuro bebê, e a saúde da criança depende da saúde da mãe durante esse período.

Houve também relatórios da Organização Mundial da Saúde sobre o vírus Zika, nos quais especialistas observaram uma conexão entre o desenvolvimento da microcefalia e o vírus Zika. Especialistas da OMS relataram que pesquisas adicionais levarão vários meses, e então talvez seja comprovada a existência de uma conexão direta entre o vírus e o subdesenvolvimento do cérebro.

Vale lembrar que o vírus Zika foi descoberto há mais de 40 anos na África, e o primeiro paciente foi registrado 7 anos depois na Nigéria. O vírus é mais perigoso durante a gravidez, pois interrompe o desenvolvimento normal do feto e causa danos cerebrais graves.

O vírus Zika atingiu proporções alarmantes em fevereiro, quando a OMS o declarou uma das principais ameaças à humanidade e especialistas de diferentes países tentaram criar um medicamento para tratar a doença. Poucos meses depois, cientistas americanos relataram testes bem-sucedidos de um novo medicamento contra o vírus Zika em primatas e próximos ensaios clínicos envolvendo voluntários.

Anteriormente, outra equipe de pesquisadores, também americana, já havia começado a testar uma nova vacina, que foi decidida a ser conduzida em Porto Rico, onde o vírus Zika se espalha rapidamente; segundo os cientistas, é nessas condições que as qualidades profiláticas do novo medicamento podem ser avaliadas. Se os testes forem bem-sucedidos, a empresa que desenvolveu a vacina começará a desenvolver um medicamento para o vírus Zika. Vale ressaltar que o medicamento já foi testado em humanos – voluntários do Canadá e dos Estados Unidos participaram dos testes, mas os resultados serão publicados em alguns meses.

Especialistas alertam que o vírus Zika afeta as mucosas, principalmente os olhos, e que as lágrimas podem ser a fonte da doença (tais conclusões foram tiradas após estudar a disseminação do vírus após a infecção de roedores).