As mulheres modernas devem dar à luz numa idade precoce

Cientistas afirmam que as meninas modernas já são geneticamente predispostas a conceber e dar à luz em idade precoce. Ao mesmo tempo, especialistas acreditam que essa capacidade da metade feminina da população é transmitida por herança, de mãe para filha.

Essas conclusões foram tiradas após uma pesquisa em larga escala conduzida por um grupo internacional de cientistas da Holanda e da Grã-Bretanha. Durante o estudo, os cientistas analisaram os genomas de diferentes mulheres que vivem nesses países.

Os especialistas já publicaram os resultados de seu trabalho em uma das revistas científicas.

Um grupo de pesquisadores internacionais, após estudar o genoma de milhares de mulheres de dois países, descobriu que algumas das mulheres que participaram do estudo tinham uma predisposição genética para a concepção precoce, enquanto a capacidade de conceber normalmente e dar à luz uma criança saudável em uma idade precoce foi passada para suas filhas por essas mulheres.

Os cientistas também observaram que o progresso médico e o aumento da qualidade de vida levaram ao fato de que as mulheres modernas estão prontas para ter filhos muito mais cedo do que há algumas gerações, mas a sociedade moderna condena veementemente a gravidez precoce e incentiva o adiamento do parto para uma data posterior.

O estudo foi realizado no âmbito do projeto internacional "Sociogenoma". Um grupo de cientistas utilizou um banco de dados previamente coletado de mulheres holandesas e britânicas para seu trabalho. Na Holanda, os cientistas selecionaram 4.300 amostras do genoma de mulheres sem parentesco, e no Reino Unido, 2.400 amostras de mulheres gêmeas. Após um estudo detalhado de todas as amostras selecionadas, os especialistas determinaram que os genes são responsáveis por 15% das diferenças na idade de nascimento do primeiro filho e 10% das diferenças no número total de filhos que uma mulher pode ter ao longo da vida. Os cientistas também observaram que esses efeitos genéticos podem se sobrepor parcialmente, o que pode explicar a frequência de gestações em mulheres que deram à luz seu primeiro filho em idade precoce.

Pesquisas nessa área já foram realizadas anteriormente, e as conclusões dos especialistas basearam-se em dados genômicos de gêmeos e parentes próximos. Mas, neste estudo, os cientistas examinaram dados de mulheres de diferentes países, o que permitiu aos especialistas compreender que a seleção natural continua até hoje. Em conclusão, os especialistas observaram que a capacidade de conceber precocemente é uma vantagem hereditária.

A chefe do projeto de pesquisa, a socióloga Melinda Mills, observou que, do ponto de vista da genética e da evolução, as mulheres modernas deveriam dar à luz mais cedo em comparação com suas ancestrais. Mas agora assistimos a um processo completamente oposto: as condições modernas, o ritmo de vida e as estruturas sociais levaram ao fato de as meninas não terem pressa em constituir família e filhos, adiando-os para mais tarde. No entanto, os cientistas afirmam que, com o tempo, a capacidade das mulheres de fertilizar diminui, o que pode levar à falta de filhos (atualmente, há um aumento no número de casais que não conseguem ter filhos após os 30 anos).

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