Uma substância dos açafrões pode vir a ser uma arma universal contra o cancro

Um alcaloide tóxico do açafrão, chamado colchicina, pode ser uma arma universal contra o câncer. Pesquisadores descobriram uma maneira de atacá-lo contra tumores cancerígenos sem destruir o tecido saudável ao longo do processo.

Cientistas britânicos acompanham seus colegas árabes: enquanto estes estudam as propriedades anticancerígenas do açafrão, pesquisadores da Universidade de Bradford relatam um medicamento antitumoral universal que conseguiram criar usando o açafrão de outono. A flor, que é, aliás, a parente mais próxima do açafrão, contém o alcaloide colchicina. A substância, há muito conhecida por suas propriedades anti-inflamatórias e outras propriedades curativas, suprime fortemente a divisão celular. No entanto, uma vez no corpo, pode destruir não apenas células cancerígenas, mas também células saudáveis.

A essência do trabalho dos cientistas não era, obviamente, obter colchicina da planta talvez mais difundida nas Ilhas Britânicas, mas encontrar uma maneira de levar o alcaloide ao tumor. Felizmente, os pesquisadores conseguiram produzir o próprio veneno contra o câncer.

O tumor se espalha devido à metaloproteinase da matriz. Essas enzimas literalmente abrem espaço para o tumor em crescimento, destruindo a interação entre células saudáveis e proteínas da matriz intercelular; o crescimento dos vasos sanguíneos depende diretamente delas – e, portanto, o suprimento completo de nutrientes e oxigênio para o tumor.

Os pesquisadores anexaram um apêndice proteico à colchicina, o que suprimiu suas propriedades tóxicas. Nessa forma, a colchicina era absolutamente inofensiva. Mas, ao atingir a zona cancerosa, a metaloproteinase tumoral cortou a molécula híbrida, a colchicina se libertou e interrompeu o crescimento de vasos sanguíneos e tumores. Como demonstrado em experimentos, o medicamento suprimiu eficazmente o crescimento de tumores de vários tipos de câncer (mama, pulmão, próstata, etc.) sem quaisquer efeitos colaterais. Em alguns experimentos, camundongos apresentaram remissão completa do tumor após apenas uma dose do medicamento.

Os pesquisadores apresentaram os resultados de seus muitos anos de trabalho no Festival Britânico de Ciências.

Tudo isso não pode deixar de inspirar otimismo: tal medicamento, se criado, se tornaria uma resposta universal contra a maior parte dos tumores cancerígenos, independentemente de sua origem. Os cientistas planejam iniciar os ensaios clínicos dentro de um ano.

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