As três dietas do Dr. Mosley: a experiência de um especialista

Certamente muitos se inspiraram no físico atlético e na aparência saudável dos atletas nas Olimpíadas, que ocorreram recentemente em Londres.

Claro que alcançar tal resultado não é fácil – para adquirir um corpo esculpido de atleta, é preciso treinar duro todos os dias. O Dr. Michael Mosley tentou determinar, a partir de sua própria experiência, se a dieta pode ser uma alternativa ao exercício físico intenso e prolongar a vida.

Como o próprio cientista diz, há alguns meses ele se propôs a tarefa de encontrar uma maneira de permanecer jovem o máximo possível, se livrar do excesso de peso e encontrar um caminho para a longevidade.

Eu também queria fazer mudanças mínimas no meu estilo de vida e ainda desfrutar dos alimentos que amo. Depois de consultar vários especialistas científicos, comecei a desenvolver uma dieta que desafiaria a sabedoria convencional sobre como e quando devemos comer. Me interessei por algo chamado jejum intermitente.

Apesar de a maioria das religiões tolerar o jejum, sempre fui cético em relação às alegações de benefícios médicos dessas dietas. Sempre segui a regra padrão: nunca pular refeições e não se esgotar com dietas rigorosas. O motivo da minha atitude negativa em relação a essa abstinência alimentar era simples: pessoas que comem pouco, tentando alcançar o resultado desejado dessa forma, muitas vezes, mais tarde, arruínam todos os seus esforços. Quando sentem fome, começam a consumir grandes quantidades de lanches ricos em gordura, prometendo a si mesmas se punir amanhã e não comer nada. Dietas expressas, graças às quais uma pessoa perde peso rapidamente, também não são confiáveis. Basicamente, uma pessoa perde apenas água, um pouco de massa gorda e, às vezes, massa muscular.

O Dr. Mosley inicialmente se interessou pela dieta de Fauji Singh, que, com 101 anos, é o maratonista mais velho. No entanto, o pequeno maratonista é vegetariano e segue uma dieta monótona, o que não combina com o Dr. Mosley, que é um grande fã de comida saborosa.

O médico decidiu então recorrer ao jejum periódico, recomendado pelo Professor Valter Longo. Ele baseou o sucesso desse método na saúde sem precedentes dos camundongos experimentais. Sob a supervisão do Professor Longo, o Dr. Mosley jejuou por quatro dias.

"Comecei meu experimento na segunda-feira à noite", diz ele. "Antes disso, não resisti e me permiti um jantar suntuoso: um bife dourado.

Minhas dores de fome acabaram na sexta-feira, depois que fiz todos os meus exames.

Durante o experimento de jejum, minha dieta incluiu chá preto, café e bastante água.

Já no primeiro dia eu estava convencido de que enfrentaria desmaios de fome e visões de pratos deliciosos, e que no final eu desistiria e iria direto para a padaria mais próxima para provar as obras-primas crocantes dos padeiros.

No entanto, minhas expectativas não se confirmaram: depois das primeiras 24 horas, me senti ótimo. E, além disso, a leve sensação de fome passou e me senti incrivelmente leve.

Na sexta-feira de manhã, pesei-me e descobri que tinha perdido apenas dois quilos de gordura, mas meus níveis de glicose no sangue estavam significativamente mais baixos e meus níveis de insulina, que estavam mais altos do que o normal, caíram pela metade.

Assim, aprendi que o jejum não é autotortura e uma série de desmaios. E o mais importante: a "química" do meu corpo melhorou.

No entanto, o Dr. Longo, sob cujos cuidados eu estava, me alertou que, para manter minha forma e os resultados alcançados pelo jejum, eu deveria mudar minha dieta e limitar a quantidade de proteína que consumia.”

Como os alimentos que dão mais prazer à maioria das pessoas — carne e peixe — são ricos em proteínas, o Dr. Mosley teve que abandonar o método do Professor Longo.

O Dr. Mosley então se voltou para sua colega da Universidade de Illinois em Chicago, Krista Varady.

Conversando com a Dra. Vardy em um restaurante, enquanto devoravam hambúrgueres e batatas fritas, a Dra. Mosley conheceu seu método para perder peso. A Dra. Vardy disse que estava testando seu método em voluntários, e que o objetivo principal não era excluir seus alimentos favoritos da dieta, nem mesmo pizzas gordurosas. Graças à chamada dieta do dia de jejum, em um dia você come o que quiser e, no dia seguinte, limita as calorias que consome.

O Dr. Mosley organizou dois dias de jejum por semana durante dois meses — terça-feira e quinta-feira. Ele afirma que, após um curto período de adaptação, conseguiu manter essa dieta sem muita dificuldade.

A própria Dra. Varady ficou surpresa que seus voluntários, incluindo o Dr. Mosley, não comeram demais em dias normais após o jejum, mas comeram normalmente, acostumando-se gradualmente a alimentos saudáveis.

Após dois meses de experimento, o Dr. Mosley realizou testes e ficou muito satisfeito com os resultados. Todos os parâmetros testados – massa gorda, níveis de glicose, insulina e colesterol no sangue – estavam melhores do que antes da dieta. Mosley sentiu-se leve e animado e prometeu continuar a seguir a dieta 5:2 (5 dias "normais" por semana, 2 dias de jejum), já que esse método era o mais adequado para ele.

No entanto, nem o Dr. Mosley nem o Dr. Varady consideram esse método universal. Tal dieta pode não ser adequada para todos, sendo melhor escolher a dieta dos dias de jejum individualmente.

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