Cientistas conseguiram fazer crescer parte de um rim humano no corpo de um roedor

O uso de células-tronco leva a novas descobertas. Recentemente, cientistas conseguiram transformar células-tronco humanas em néfrons diretamente no corpo de roedores. Os néfrons resultantes filtraram o sangue da mesma forma que um rim saudável normalmente o faz.

Recentemente, cientistas têm compartilhado informações sobre o cultivo de organoides – mini-órgãos (ou partes de órgãos) únicos que são cultivados em laboratório utilizando a tecnologia mais recente. Já foram feitas tentativas de cultivar elementos do pâncreas, epitélio intestinal, uma microssecção do estômago e até mesmo parte do tecido cerebral. Os mini-órgãos resultantes têm uma estrutura complexa que se assemelha muito à estrutura de um órgão real. Eles são perfeitamente capazes de desempenhar a mesma função.

Especialistas da Universidade de Manchester conseguiram cultivar parte de um rim humano de forma semelhante. Essa parte era um néfron – uma unidade de estrutura e funcionalidade renal.
O néfron filtra o "excesso" de substâncias e umidade do sangue e, em seguida, devolve à corrente sanguínea os componentes necessários ao corpo e um pouco de água. Como resultado, forma-se urina saturada. O néfron se parece com uma bola com ramificações – este é o chamado glomérulo, que é um aglomerado capilar na cápsula epitelial.

O néfron é um elemento bastante complexo, mas os cientistas ainda conseguiram recriá-lo em laboratório. Células-tronco humanas, ou seja, células pluripotentes capazes de se transformar em outras estruturas celulares, foram usadas como material de construção. Os cientistas adicionaram moléculas especiais ao meio nutriente que inclinam o desenvolvimento das células em direção aos néfrons. Para um crescimento celular mais compacto, o material foi mantido em uma massa gelatinosa: isso teve que ser feito para facilitar o transplante posterior em roedores.

Após um certo período, o gel com células foi injetado subcutaneamente nos roedores. Após três meses, constatou-se que os camundongos apresentavam néfrons completos, que funcionavam tão bem quanto os reais.
É claro que o número de néfrons obtidos foi relativamente pequeno: apenas algumas centenas (e um rim normal contém cerca de um milhão). Além disso, a inclusão do minirórgão na rede vascular dos camundongos era um pouco diferente daquela de um rim normal, e o minirrim não possuía sistema urinário.

Mas os cientistas não se propuseram a recriar um órgão urinário completo. O principal é a criação de um componente estrutural renal que desempenhe sua função. Tal elemento pode ser usado para estudar o funcionamento do rim em ambiente natural.
Além disso, pode-se presumir que, no futuro, os especialistas continuarão os experimentos. Provavelmente, com o tempo, será possível cultivar artificialmente órgãos saudáveis para pacientes que sofrem de doenças dos órgãos urinários.
O estudo é descrito nas páginas da publicação Stem Cell Reports.

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