A couve pode ajudar a reduzir os efeitos secundários após a radioterapia

Periodicamente, cientistas, em suas pesquisas, descobrem as propriedades de alguns produtos que reduzem o risco de desenvolver câncer. Agora, o repolho se tornou objeto de experimentos – couve-flor, brócolis e repolho branco. Especialistas descobriram que os compostos contidos no repolho podem proteger contra a radiação. Essa propriedade do repolho é promissora para mitigar os efeitos após radioterapia ou treinamento em radiação em desastres provocados pelo homem.

Especialistas acreditam que o indol-3-carbinol, contido no repolho e que se decompõe em 3,3'-diindolilmetano (DIM) quando entra no corpo, tem propriedades anticancerígenas.

O DIM vem sendo estudado há vários anos como um agente anticancerígeno, e recentemente especialistas de vários centros de pesquisa e universidades médicas na China e nos Estados Unidos descobriram que ele pode proteger camundongos e ratos experimentais de doses letais de radiação. Cientistas acreditam que o DIM tem a capacidade de proteger tecidos saudáveis durante a radioterapia para tumores cancerígenos, bem como durante desastres provocados pelo homem.

Todos os experimentos foram conduzidos em ratos. Todos os animais experimentais foram irradiados com uma dose letal de radiação, após o que um grupo de ratos recebeu um tratamento com DIM. O medicamento foi administrado diariamente durante duas semanas em pequenas doses. Os especialistas testaram diferentes modos de administração do medicamento, mas o DIM sempre aumentou significativamente a taxa de sobrevivência. Mais da metade dos animais sobreviveu a uma dose de radiação potencialmente fatal. Três meses após o início do experimento, os ratos sobreviventes estavam saudáveis e vigorosos, enquanto os ratos que não foram tratados com DIM morreram em 10 dias.

Segundo especialistas, o DIM ativa uma enzima que regula a resposta a danos no DNA e ao estresse oxidativo que se inicia nas células irradiadas, protegendo-as dos efeitos da exposição à radiação. O DIM ajuda a restaurar as quebras no DNA, prevenindo assim a morte celular. No entanto, a substância não é capaz de afetar células de câncer de mama (transplantadas em camundongos).

Uma qualidade tão valiosa como a proteção de tecidos exclusivamente saudáveis permite que o DIM seja usado como um agente suavizante contra efeitos colaterais no tratamento de radiação de tumores cancerígenos. Animais tratados com DIM não apresentaram uma redução tão acentuada no número de células sanguíneas.

Especialistas esperam que o DIM possa ser usado em duas áreas: proteger tecidos normais durante a radioterapia e salvar vidas de pessoas que se tornaram vítimas de desastres provocados pelo homem.

O DIM é uma molécula pequena, portanto, o medicamento é adequado para uso tanto em comprimidos quanto em injeções. Portanto, dependendo da condição do paciente, será possível escolher a via ideal de administração do medicamento no organismo. O medicamento é completamente atóxico e mantém sua eficácia mesmo se tomado pela primeira vez 24 horas após a exposição. E esta é uma qualidade bastante importante, visto que pessoas que sofreram exposição à radiação nem sempre podem receber atendimento médico imediato.

[ 1 ], [ 2 ], [ 3 ]