Níveis baixos de glucose no corpo podem causar crises de agressividade

Um grupo de pesquisadores de uma universidade em Ohio chegou à conclusão de que baixos níveis de glicose no sangue levam à raiva e à irritação. No decorrer de seu projeto de pesquisa, os cientistas analisaram os relacionamentos de mais de cem casais, que, no início do estudo, tiveram que responder a diversas perguntas, incluindo uma sobre relacionamentos familiares. Em seguida, durante três semanas, os cientistas monitoraram os níveis de açúcar no sangue dos participantes do estudo e também o grau de irritação dos cônjuges em relação à outra metade.

Para descobrir o nível de raiva e irritação dos participantes, os cientistas deram a cada um deles bonecas que personificavam a outra metade e sugeriram que, quando estivessem irritados com o cônjuge, enfiassem agulhas na boneca. Verificou-se que os participantes do estudo com baixos níveis de glicose tiveram o dobro de agulhas enfiadas nas bonecas do que aqueles com níveis mais altos de glicose no sangue. Ao mesmo tempo, até mesmo cônjuges com bons relacionamentos apresentaram os mesmos resultados.

Faminto e raivoso – foi assim que o grupo de pesquisa nomeou o estado das pessoas. Cientistas observam que esse tipo de estado de fome, associado a um possível comportamento agressivo, é frequentemente ignorado, mas pode causar sérios conflitos familiares e, às vezes, violência doméstica.

Com base nos dados obtidos, os especialistas recomendam evitar conversas sérias com o estômago vazio. Você pode restaurar os níveis de glicose no sangue comendo uma barra de chocolate ou um doce. Frutas e vegetais ajudam a normalizar ainda mais os níveis de glicose.

No entanto, como em qualquer outro caso, é importante não exagerar. Para reduzir a manifestação de conflitos na família, não é necessário comer muitos doces e chocolates. O açúcar também pode ser prejudicial à saúde. Pesquisas recentes mostraram que altas concentrações de açúcar no sangue têm um efeito negativo na memória (desde que não haja diabetes).

Em seu projeto de pesquisa, os especialistas estudaram a saúde de mais de cem voluntários que não sofriam de intolerância à glicose, diabetes ou pré-diabetes. Os cientistas também excluíram pessoas com sobrepeso, dependentes de álcool ou com disfunção cerebral. A saúde cerebral dos participantes do experimento foi avaliada por meio de ressonância magnética (RM). Os cientistas conseguiram determinar o tamanho do hipocampo (a área que forma as emoções e consolida as informações recebidas na memória). Os cientistas também mediram os níveis de açúcar no sangue e realizaram diversos testes de memória, como, por exemplo, pedir aos participantes que repetissem uma lista de palavras que ouviram 10 a 15 minutos antes.

Como resultado, os participantes com baixo nível de açúcar no sangue concluíram as tarefas com sucesso. Os participantes com níveis de hemoglobina glicada no sangue dentro de 7 mmol apresentaram quase o dobro de dificuldade de memorização, e seu hipocampo era menor.

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