A obesidade deve ser atribuída aos pais

Um grupo de cientistas liderado pelo Dr. Stuart Agras, da Universidade de Stanford, chegou à conclusão de que o problema da obesidade e do excesso de peso pode ser resolvido por uma abordagem racional à nutrição de crianças pequenas.

Frequentemente, em famílias onde os próprios pais têm problemas com excesso de peso, as crianças correm maior risco de desenvolver problemas idênticos no futuro. Isso se deve ao fato de o ambiente familiar provocar interrupções no processo de nutrição normal da criança. Os pais assumem um papel excessivamente ativo na alimentação das crianças e, muitas vezes, simplesmente as "empanturram", por medo de que a criança continue com fome. Esse comportamento dos membros da família, por sua vez, não permite que a criança avalie adequadamente a sensação de saciedade e fome, o que simplesmente distorce sua concepção do processo de nutrição como um todo.

Os especialistas envolveram 62 famílias com crianças de dois a quatro anos no estudo. Pelo menos um dos pais sofria de problemas de excesso de peso ou obesidade.

As famílias foram divididas em dois grupos. O primeiro grupo, formado por pais, mudou seus hábitos e sua abordagem em relação à alimentação das crianças, guiado pelo princípio da "responsabilidade dividida". Em geral, esse método consiste em os pais fornecerem a comida, e a responsabilidade das crianças é comê-la. No entanto, há uma pequena ressalva: ninguém é forçado ou coagido. Os pais são responsáveis apenas por onde, a que horas e que tipo de alimento oferecem, e a criança é livre para decidir se comerá parte da porção ou não a tocará.

O segundo grupo de pais foi monitorado pelo Instituto Nacional de Saúde. Essas famílias participaram do programa We Can, que visa organizar uma alimentação saudável e promover a atividade física.

A análise das informações obtidas levou os cientistas à conclusão de que os pais que viviam de acordo com o programa de “responsabilidade compartilhada” deixaram de exercer forte pressão sobre os filhos, em comparação com as famílias que participavam do programa “Nós Podemos”.

A "divisão de responsabilidades" levou os pais a pararem de avaliar a sensação de saciedade ou fome dos filhos por si próprios e a interromperem a "batalha". Algumas crianças, para grande surpresa dos pais, começaram até a experimentar produtos que se recusavam terminantemente a sequer olhar antes do experimento.

As taxas de sucesso do segundo grupo não foram tão animadoras. O princípio da alimentação saudável em si certamente tem um significado positivo, mas o desejo dos pais de alimentar seus filhos com alimentos saudáveis levou aos resultados opostos. Embora tenham mudado sua dieta e estilo de vida, sua abordagem em relação à alimentação dos filhos permaneceu a mesma.

"O novo estudo não é incondicional e afirmativo. Para reivindicar os benefícios deste ou daquele método, precisamos realizar observações em larga escala dos resultados dos experimentos e garantir que eles realmente ajudem no combate ao excesso de peso", concluiu o Dr. Agras.

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