A primeira costeleta de proveta foi cozinhada e comida.

O primeiro filé sintetizado em laboratório do mundo foi apresentado em uma coletiva de imprensa científica. Cientistas holandeses finalmente apresentaram um novo produto à Europa, cujo desenvolvimento custou mais de £ 200 milhões. O chefe do grupo de pesquisa está confiante de que o uso de uma tecnologia bem-sucedida em breve poderá resolver o problema da escassez de alimentos em países subdesenvolvidos.

Especialistas de Maastricht (Reino dos Países Baixos) acreditam que a pecuária industrial, cujo objetivo é fornecer produtos cárneos à população, não está dando conta do recado, visto que a demanda está em constante crescimento. Novas tecnologias ajudarão a atender à demanda dos consumidores de carne em todo o mundo.

É claro que tal experimento não poderia deixar de ter sua cota de críticos, cujo argumento principal é que é justamente a redução do consumo de carne que poderia resolver o problema da escassez de alimentos.

Atualmente, muitos institutos de pesquisa estudam a possibilidade de obter tecidos humanos. O principal objetivo dessa pesquisa é a transplantologia, cujo desenvolvimento pode revolucionar a medicina. Cientistas holandeses utilizaram um método semelhante para cultivar células de organismos vivos. Cientistas aplicaram tecnologias já conhecidas para produzir massa muscular e gordura de origem animal.

O processo de criação de células animais se dá da seguinte forma: células são extraídas do tecido muscular do animal, que são então desenvolvidas e multiplicadas em laboratório. Após três a quatro semanas, sob a influência de nutrientes, o número de células-tronco aumenta significativamente. As células-tronco então se unem e formam pequenos pedaços de tecido muscular que são praticamente indistinguíveis da carne bovina comum. A partir dos pedaços de tecido muscular finalizados, os cientistas moldaram briquetes, que foram congelados ou cozidos.

O produto resultante, ao contrário da carne bovina, tem uma cor rosa-claro, que os cientistas estão tentando tornar mais saturada com mioglobina. Os especialistas que trabalham no produto estão certos de que o projeto não pode ser considerado bem-sucedido a menos que seja alcançada a máxima semelhança possível com a carne de verdade. Se a cor e o sabor não forem semelhantes aos da carne bovina fresca, o produto não terá a demanda adequada, já que os consumidores estão interessados principalmente não no valor nutricional, mas em um substituto completo da carne. A costeleta mostrada na conferência foi colorida com um corante natural (suco de beterraba), já que a ideia de processar carne com mioglobina está em desenvolvimento. Além disso, para uma aparência mais apetitosa, foram utilizados biscoitos e uma porção adequada. Além do tecido muscular criado artificialmente, a costeleta continha especiarias, sal e pimenta-do-reino.

Os opositores dessa iniciativa acreditam que a produção de carne artificial não resolverá os problemas mundiais associados à escassez de alimentos. Os críticos têm certeza de que, para evitar a escassez de alimentos em países subdesenvolvidos, é necessário rever o sistema de abastecimento, e não aumentar a produção de alimentos.