A atividade social de uma pessoa promove a perda de peso

A atividade social promove a transferência de reservas de gordura para o tecido adiposo marrom, no qual o excesso de gordura é queimado de forma rápida e imediata.

Existem dois tipos de tecido adiposo em nosso corpo: gordura branca e gordura marrom. O tecido adiposo branco representa a maior parte; suas células podem ser comparadas a uma gota de gordura coberta por uma fina camada de citoplasma. A obesidade e o excesso de peso estão associados a um aumento na quantidade de tecido adiposo branco.

Por muito tempo, tudo o que se sabia sobre a gordura marrom era que ela era encontrada exclusivamente em recém-nascidos. Suas células contêm um número maior de mitocôndrias, razão pela qual o tecido adiposo marrom adquire sua cor característica. A queima intensiva de lipídios com a liberação de calor ocorre nas mitocôndrias da gordura marrom, e a principal função do tecido adiposo marrom foi por muito tempo considerada a adaptação do corpo do recém-nascido a novas condições ambientais. Mas não faz muito tempo, surgiram evidências convincentes de que a gordura marrom também está presente em adultos. Em particular, sua proporção no corpo humano aumenta em climas frios.

É óbvio que, se aprendermos a mudar a proporção entre os dois tipos de tecido adiposo em favor do marrom, isso ajudará a resolver o problema da obesidade. Acontece que isso não exige que nos mudemos para as latitudes árticas: basta ativar nossa própria vida social.

Pesquisadores da Universidade de Ohio (EUA) realizaram o seguinte experimento: alguns camundongos viviam como animais domésticos solitários, enquanto outros roedores eram mantidos em grupos de 15 a 20 indivíduos em um único "apartamento comunitário" equipado com labirintos, tocas, túneis, brinquedos de madeira, etc. Embora ambos fossem alimentados com a mesma dieta, diferenças no peso corporal rapidamente surgiram. Descobriu-se que a proporção de adipócitos marrons no tecido adiposo aumentou significativamente em camundongos que viviam em grupo. Mas, como enfatizam os autores do estudo, as condições de vida dos grupos diferiam não tanto na possibilidade de atividade física, mas no nível de sociabilidade. Um lar coletivo para 15 a 20 pessoas foi projetado de forma que os camundongos se encontrassem e se comunicassem constantemente. Foi a comunicação "cara a cara" ao vivo, como afirmam os cientistas no periódico Cell Metabolism, que fez com que a gordura do corpo fosse bombeada para o tecido adiposo marrom e queimada de forma eficaz.

Os camundongos obesos perderam até metade do excesso de peso após serem transferidos para um ambiente socialmente ativo. Além disso, nessas condições, mesmo uma dieta rica em gorduras era inútil: os roedores intensamente socializados eram extremamente relutantes em ganhar peso. A temperatura corporal elevada dos animais indicava que a gordura marrom queima o excesso de lipídios de forma rápida e oportuna.

Os pesquisadores conseguiram estabelecer que o aumento na proporção de tecido adiposo marrom é desencadeado pelo fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF). O conteúdo dessa proteína no cérebro aumenta com a estimulação social; uma de suas funções é estimular o crescimento de células nervosas. Muito provavelmente, a mesma conexão entre o fator neurotrófico derivado do cérebro e a gordura marrom existe em humanos. Se for o caso, isso abre um novo método não invasivo e geralmente não medicamentoso para o tratamento da obesidade.

Segundo pesquisadores, manter contatos sociais extensos e "comunicação ao vivo" cria um estresse favorável para o corpo, que atua tanto na melhora da função cerebral quanto na remoção do excesso de tecido adiposo do corpo. Mas o efeito não dependerá do número de "amigos", mas da profundidade e da elaboração de cada contato social. A comunicação puramente formal, mesmo com cem conhecidos, literalmente não beneficia nem a mente nem o coração. Não é uma reserva muito feliz para aqueles que esperavam se livrar do excesso de peso com a ajuda de uma lista de mil "amigos" no Facebook...

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