As romãs podem ajudar a melhorar a memória e a aliviar os sintomas da doença de Alzheimer?

A doença de Alzheimer é uma doença cerebral degenerativa que afeta principalmente pessoas com mais de 65 anos e é a principal causa de demência entre adultos mais velhos.

Pesquisas sugerem que as dietas mediterrânea e MIND podem proteger contra a doença de Alzheimer, possivelmente devido à menor ingestão de gorduras saturadas e açúcares inflamatórios e à maior ingestão de vitaminas, minerais, ômega-3 e antioxidantes.

Como a doença de Alzheimer está associada ao aumento do estresse oxidativo, aumentar a ingestão de antioxidantes pode ser particularmente benéfico. Os antioxidantes neutralizam os danos dos radicais livres, possivelmente atenuando os efeitos da doença.

Um estudo recente publicado no periódico Alzheimer's & Dementia analisou a urolitina A, um composto natural produzido por bactérias intestinais quando elas processam certos compostos polifenólicos encontrados em romãs.

A urolitina A tem poderosas propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias, além de outros benefícios potenciais para a saúde do cérebro.

Os pesquisadores trataram vários modelos de camundongos com doença de Alzheimer com urolitina A por 5 meses para avaliar os efeitos a longo prazo na saúde do cérebro.

Os resultados mostraram que a urolitina A pode melhorar o aprendizado e a memória, reduzir a neuroinflamação e melhorar os processos de depuração celular em camundongos com doença de Alzheimer.

Embora estudos em animais não possam ser diretamente transpostos para humanos, especialistas acreditam que a urolitina A pode ter potencial como um futuro agente preventivo ou terapêutico contra a doença de Alzheimer.

Urolitina A mostra resultados promissores em modelos murinos de doença de Alzheimer

Pesquisadores da Universidade de Copenhague, na Dinamarca, conduziram um estudo para entender os benefícios do tratamento de longo prazo com urolitina A na doença de Alzheimer.

Usando três modelos murinos de doença de Alzheimer, eles combinaram o tratamento com urolitina A com experimentos comportamentais, eletrofisiológicos, bioquímicos e de bioinformática.

Após cinco meses de tratamento com urolitina A, eles observaram melhorias na memória, acúmulo de proteínas, processamento de resíduos celulares e danos ao DNA nos cérebros de camundongos com doença de Alzheimer.

Além disso, marcadores importantes de inflamação cerebral foram reduzidos, fazendo com que os camundongos tratados parecessem mais com camundongos saudáveis.

O estudo descobriu que o tratamento com urolitina A reduziu a hiperatividade da microglia, um tipo de célula imunológica no cérebro.

Os pesquisadores também sugeriram que a urolitina A:

• reduz a catepsina Z, que está elevada na doença de Alzheimer e pode ser um alvo para o tratamento do Alzheimer
• Reduz os níveis de proteína beta amilóide e a inflamação associada ao desenvolvimento da doença de Alzheimer
• promove a mitofagia, a limpeza de mitocôndrias danificadas, que é reduzida na doença de Alzheimer

Os efeitos da mitofagia da urolitina A podem ser semelhantes aos observados com a suplementação de nicotinamida adenina dinucleotídeo (NAD) na doença de Alzheimer.

Tomados em conjunto, [os resultados] sugerem que a [urolitina A] pode atuar como um potente agente anti-inflamatório e antioxidante, ajudando a limpar [a beta-amiloide], o que previne a ocorrência de comprometimento cognitivo associado ao [acúmulo] patológico de beta-amiloide e regula a homeostase energética celular e a morte celular.

Em outras palavras, a urolitina A pode ter múltiplos mecanismos de ação que contribuem para seus efeitos benéficos no cérebro.

Em particular, a urolitina A pode ajudar a proteger contra o declínio cognitivo, reduzindo a inflamação e o estresse oxidativo e promovendo a remoção de proteínas nocivas e mitocôndrias danificadas do cérebro.

Embora o estudo forneça insights importantes sobre os potenciais benefícios da urolitina A para a doença de Alzheimer, suas limitações incluem o uso de modelos animais e um foco restrito em vias específicas, possivelmente ignorando interações sistêmicas mais amplas. No entanto, seus pontos fortes residem na avaliação completa de múltiplos mecanismos patológicos e na investigação dos efeitos do tratamento a longo prazo, o que avança significativamente nossa compreensão do papel terapêutico da urolitina A na doença de Alzheimer.

O tratamento com urolitina A tem potencial como uma nova intervenção na doença de Alzheimer, pois tem como alvo múltiplos mecanismos patológicos, como neuroinflamação, disfunção mitocondrial, disfunção lisossomal e danos ao DNA, o que pode retardar a progressão da doença.