Estudo: O que é que faz os cirurgiões felizes?

Uma equipe de pesquisadores do Hospital St. Michael descobriu que a insatisfação geral dos cirurgiões com sua profissão pode ser devido a horários de trabalho irregulares que levam a problemas em suas vidas pessoais, bem como equipamentos de centro cirúrgico e outros recursos inadequados.

De acordo com pesquisas da Associação de Faculdades Médicas Americanas e da Associação Médica Canadense, há uma tendência de declínio no número de cirurgiões devido à queda na popularidade da profissão e à aposentadoria precoce. O declínio da popularidade dessa profissão se deve às dificuldades a ela associadas, incluindo as precárias condições de trabalho.

Especialistas preveem que a demanda por serviços cirúrgicos aumentará nos próximos anos, por isso é importante entender exatamente o que está por trás da relutância das pessoas em se envolver nesse trabalho.

Para os cirurgiões, o lado social da profissão é importante, pois os inspira e lhes dá resistência em trabalhos difíceis. Ao resolver os problemas dos seus pacientes e interagir com os colegas, os cirurgiões obtêm satisfação profissional ao realizar o seu trabalho.

"Os cirurgiões entrevistados gostam de suas atividades profissionais. Eles ajudam as pessoas e, observando os resultados de seu trabalho, entendem perfeitamente que o bem mais valioso está em suas mãos: a vida", afirma a médica e principal autora dos estudos, Najma Ahmed.

Entre os fatores negativos relatados pelos cirurgiões estavam a insuficiência de suprimentos para as salas de cirurgia, bem como desentendimentos com a administração das clínicas. Isso tem um impacto negativo no moral dos médicos e também impossibilita a prestação de cuidados de alta qualidade aos pacientes.

Um dos participantes do estudo observou: "Tudo o que todos querem é trabalhar o mínimo possível e reduzir ao máximo a jornada de trabalho. Ninguém pensa no fato de a mãe, a irmã ou o pai de alguém estar doente. Eles apenas buscam vantagens nos pacientes que possam explorar."

Segundo o Dr. Ahmed, muitos médicos não estão dispostos a sacrificar suas vidas pessoais em prol de suas carreiras e bem-estar financeiro.

O maior impacto da iminente escassez de cirurgiões será sentido nas áreas rurais. Em algumas partes dos Estados Unidos, a própria existência de departamentos cirúrgicos poderá em breve ser questionada. E sem departamentos cirúrgicos, os departamentos de emergência não conseguirão funcionar adequadamente. Mas não há recursos suficientes nem mesmo para oferecer consultas de cirurgia geral.

[ 1 ], [ 2 ]