Cientistas ucranianos na luta pelo ambiente e por novas fontes de energia

Todos, sem exceção, declaram em alto e bom som a necessidade de preservar o meio ambiente e economizar energia. Grandes somas são gastas em discussões sobre o assunto, e diversas organizações são criadas, enviando seus membros, às custas do Estado, para adotar a experiência de colegas estrangeiros (geralmente sem resultado). Diversos fóruns, mesas redondas e conferências são realizados, enquanto cientistas ucranianos desenvolvem soluções para problemas energéticos, ambientais e econômicos.

Cópias individuais dos desenvolvimentos do Instituto de Tecnologias de Energia já foram implementadas em produção. A Usina Termelétrica Tripolskaya testou um queimador especial em uma caldeira com capacidade de 300 MW. O queimador especialmente desenvolvido reduz em 5 vezes o consumo de gás natural, utilizado na queima de antracito.

Outra invenção de cientistas ucranianos é uma verga para caldeiras comunitárias, graças à qual é possível substituir o gás caro por carvão marrom mais barato. Entre os desenvolvimentos mais recentes está uma caldeira de leito fluidizado circulante, necessária para a Usina Metalúrgica de Donetsk. Esta usina é propriedade da empresa Energo, cujas atividades são voltadas para a mineração de carvão, seu enriquecimento e fundição de metais. Foi decidido usar o resíduo do enriquecimento de carvão - torta - na produção metalúrgica. Está planejado converter o excesso de energia térmica em energia elétrica usando a caldeira, graças à qual a empresa poderá entrar no mercado de energia. Este projeto foi desenvolvido por especialistas do Instituto de Tecnologias do Carvão em conjunto com o escritório de design do Instituto Energomashproekt.

Em primeiro lugar, essas caldeiras permitem reduzir significativamente o custo dos recursos energéticos, bem como utilizar de forma eficaz os resíduos da indústria do carvão – lodo e torta. Ao longo da longa história da mineração de carvão, milhões de toneladas desses resíduos se acumularam, ocupando grandes áreas, poluindo o solo, etc. O acúmulo de resíduos de carvão já se tornou um problema ambiental. Com a ajuda de novas tecnologias, os resíduos são queimados quase até o estado de cinzas, que podem então ser utilizadas para necessidades agrícolas ou para a produção de materiais de construção. Além disso, com as antigas tecnologias de enriquecimento de carvão, nem todo o carbono era utilizado durante a combustão; os resíduos retinham muito combustível não utilizado, que agora pode ser queimado com uma nova caldeira de leito fluidizado circulante e receber energia elétrica e térmica.

O Instituto de Gás da Academia Nacional de Ciências da Ucrânia também se preocupa com os problemas do uso racional de resíduos e da obtenção de energia barata. Em Bortnichi, perto de Kiev, há uma estação de aeração – estruturas de engenharia, comunicações e equipamentos que purificam as águas residuais de Kiev. Essa estação purifica não apenas os resíduos domésticos, mas também os resíduos líquidos que sobram após as atividades industriais. Esses resíduos líquidos industriais se acumulam nos campos de aeração, onde começam a fermentar, resultando na formação de gás biológico – uma mistura de dióxido de carbono e metano.

O metano é extremamente perigoso para o meio ambiente. O Protocolo de Kyoto, adotado no Japão, obriga os países a queimar metano, convertendo-o em dióxido de carbono, que não tem um efeito tão destrutivo na camada de ozônio. Isso já era feito antes – o metano era queimado em grandes chamas. Mas esse processo é extremamente dispendioso para um Estado tão independente em termos de energia como a Ucrânia. Cientistas do Instituto de Gás chegaram à conclusão de que o biogás pode ser usado como combustível, obtendo assim energia – térmica e elétrica. Cientistas criaram uma pequena usina experimental que fornece eletricidade e calor para toda a estação de aeração.

O metano não se forma apenas quando os resíduos líquidos são queimados, mas também é abundante nos lixões urbanos, onde os restos de comida apodrecem por décadas. Um dos desenvolvimentos do instituto permite extrair eletricidade e gás para aquecimento diretamente dos montes de lixo. Um poço é perfurado na espessura dos resíduos, de onde o metano entra em uma instalação especial que se assemelha a um gerador a diesel. Tudo isso transforma uma pilha de lixo em uma fonte de calor e energia.

Provavelmente, a invenção mais valiosa dos cientistas é a instalação com a qual os resíduos médicos são processados. Esta instalação permite o aproveitamento de todas as substâncias nocivas cuja queima é prejudicial não só para o meio ambiente, mas também para os seres humanos (plástico, resíduos tóxicos, pesticidas). A instalação é pequena e fácil de transportar; a introdução de tal dispositivo ajudaria a limpar a terra da enorme massa de lixo que se acumula perto de cada assentamento. O lixo permanece no local por anos, existem lixões com pesticidas, que são levados pela chuva ao longo do tempo, alojando-se no subsolo e contaminando as águas subterrâneas. Esses resíduos não podem ser submetidos à incineração convencional, uma vez que uma série de substâncias tóxicas são liberadas; neste caso, apenas o descarte é necessário. Essas instalações são fabricadas para a Lituânia e a China, onde são usadas com prazer. Talvez, com o tempo, uma tecnologia semelhante apareça em nosso país, o que ajudará a se livrar do lixo acumulado e dos resíduos tóxicos.

Em uma exposição, especialistas do Instituto de Físico-Química apresentaram um catalisador que neutraliza os gases de escape de um motor de combustão interna, causadores do efeito estufa. Além disso, empresas estatais são criadas nos institutos que utilizam na prática as conquistas da ciência. Entre elas, destaca-se uma empresa de processamento de borracha butílica (câmaras, diafragmas, etc.). No processo, resíduos de borracha e resíduos da indústria da borracha são convertidos em butil regenerado, um material amplamente utilizado como anticorrosivo, impermeabilizante, materiais de construção de vedação e na construção de estradas e pontes.

Tudo isso é apenas uma pequena parte dos avanços científicos dos cientistas ucranianos, que, infelizmente, não têm recebido ampla aplicação. Inovações exigem custos significativos, mas os benefícios para a sociedade e para o planeta como um todo são incomparáveis com qualquer investimento financeiro.