Promoção da saúde infantil: Natação

O efeito benéfico da natação na saúde de recém-nascidos e bebês tornou-se conhecido no final de 1971, quando, em uma das conferências do Comitê Médico da FINA – a Federação Internacional de Natação Amadora – um grupo de pesquisadores da RFA relatou os resultados de três anos de treinamento de natação para bebês. Esses resultados foram tão impressionantes que, nas duas décadas seguintes, o treinamento de natação para bebês se espalhou pelo mundo. Também foi estabelecido que a natação é especialmente útil para crianças prematuras e imaturas, pois permite que esses bebês alcancem e até superem seus pares nascidos a termo em desenvolvimento mais rápido do que o normal.

O impacto da natação no corpo de recém-nascidos e bebês não se limita ao endurecimento – em um banho caseiro, você pode facilmente regular a temperatura da água e, reduzindo-a gradualmente de aula para aula, aumentar a resistência do bebê a resfriados. Embora a ausência de doenças por si só signifique muito, já que qualquer patologia em idade precoce leva inevitavelmente a um atraso no desenvolvimento da criança, os benefícios da natação estão associados principalmente às propriedades especiais do ambiente aquático.

Durante o desenvolvimento no corpo da mãe, a criança permanece no líquido amniótico. A influência da gravidade sobre ele é significativamente enfraquecida. O nascimento de uma criança só se compara ao retorno à Terra de astronautas que viveram em gravidade zero por muito tempo. Assim como eles, o recém-nascido está sujeito à força da gravidade – ela literalmente o acorrenta à cama. Ele se move desajeitadamente e com dificuldade em relação à sua cabeça pesada, que, como uma âncora, é o centro de seus movimentos. Na água, a criança é 7 a 8 vezes mais leve do que no ar, sente-se livre novamente, a carga sobre seus músculos esqueléticos desaparece; o bebê tem a oportunidade de movimentar livremente os braços e as pernas, o que significa que aprenderá mais cedo a controlá-los, o que é necessário para uma familiarização ativa com o mundo ao seu redor. Em primeiro lugar, é por isso que os recém-nascidos "flutuantes" estão à frente dos "não flutuantes" em seu desenvolvimento.

Mas o efeito benéfico do ambiente aquático sobre a criança não se limita a isso. Na água, o bebê sente uma pressão bastante forte, porém uniforme, na superfície do corpo. Isso estimula a circulação periférica e, consequentemente, facilita o trabalho do coração. Além disso, o aumento da pressão no peito, em comparação com o ambiente aéreo, promove uma expiração mais profunda e, consequentemente, uma inspiração mais profunda. Isso garante uma boa ventilação de toda a superfície do tecido pulmonar. Não há um único canto dos pulmões que não esteja cheio de ar. Enquanto está na cama, a criança respira superficialmente, enquanto apenas uma pequena parte dos pulmões funciona ativamente, e somente essa parte é purificada pelo ar. Nas áreas passivas, o ar estagna, seu tecido é semeado com microrganismos suspensos no ar, entre os quais existem os patogênicos. Nas áreas não ventiladas dos pulmões, criam-se condições para o desenvolvimento desses micróbios e, consequentemente, para a ocorrência de doenças respiratórias. Ao nadar, graças à respiração profunda, os microrganismos patogênicos são removidos dos pulmões. Além disso, como toda a superfície do tecido pulmonar funciona, o sangue, todos os órgãos e tecidos da criança recebem mais oxigênio e os processos metabólicos em seu corpo ocorrem com mais intensidade. Não podemos nos esquecer do efeito massageador da água no corpo da criança – isso tem um efeito benéfico em seu sistema nervoso periférico. Exercícios repetidos na água têm a mesma importância que a ginástica higiênica: treinam e fortalecem os sistemas cardiovascular, respiratório e digestivo, bem como o sistema motor da criança. E, claro, o treinamento precoce de natação ensina o bebê a não ter medo de água, o que no futuro o ajudará a se proteger de acidentes no rio, no mar ou no lago.

Você pode começar a nadar com seu filho a partir de duas ou três semanas de idade, após consultar um pediatra. Crianças que nadam adoecem com menos frequência. Ao nadar, é necessário observar duas condições obrigatórias: a sequência de execução dos vários exercícios pela criança e as mudanças nas condições de sua execução; um aumento gradual da atividade física (aumentando o número de exercícios por aula, alternando-os rapidamente) e a complicação do ambiente das aulas (profundidade, temperatura da água). Alguns pais, ao ensinarem seus bebês a nadar, tentam forçar as coisas – eles querem ver seu bebê como um nadador de verdade o mais rápido possível. Na maioria das vezes, a vaidade dos pais se esconde por trás dessa pressa, e a única "conquista" com esse método de ensino é o medo da água e a aversão à natação, que podem permanecer na criança por toda a vida.

O objetivo das aulas de natação com recém-nascidos e bebês não é criar um nadador recordista, mas fortalecer a saúde da criança e seu desenvolvimento harmonioso e rápido. Durante o primeiro ano de vida, seu bebê deve aprender a flutuar de forma independente por meia hora, mergulhar em profundidades rasas e pegar vários objetos do fundo da piscina, nadar debaixo d'água por 7 a 8 segundos, pular na água com roupas leves (shorts, camiseta, meias, sandálias) e flutuar por 2 a 3 minutos.

Para atingir esses objetivos, é necessário conduzir as aulas de forma que a criança sinta alegria e prazer ao estar na água e interesse pelas atividades do adulto. A natação deve evocar emoções positivas na criança. Ao ensinar uma criança, é preciso ter cuidado: evite movimentos bruscos e ações inesperadas para ela. É preciso falar com a criança com carinho, incentivá-la e recompensá-la. E nunca demonstre descontentamento, irritação ou decepção por ela não dominar imediatamente este ou aquele exercício. Monitore cuidadosamente a condição e o comportamento da criança - hipotermia, superaquecimento e fadiga excessiva podem fazer com que ela desconfie da água. Uma forte irritação da mucosa ocular e dor se a água estiver com muito cloro ou se entrar sabão podem ser motivo de preocupação. O adulto que conduz as aulas deve sempre ter um termômetro de água à mão. Normalmente, a temperatura da água é medida pelo menos duas vezes durante a aula. Aos primeiros sinais de fadiga (letargia, mau humor) ou hipotermia (calafrios, arrepios, coloração azulada dos lábios), o exercício deve ser interrompido imediatamente.

Se esses sintomas aparecerem no dia seguinte, é melhor fazer uma pausa de dois ou três dias.

Antes de cada aula de natação, um adulto, se for usar a banheira com a criança (isso pode ser necessário durante o primeiro período de treinamento), lava bem com sabão, lava e desinfeta a banheira e os brinquedos que serão usados durante a aula e ventila o banheiro.

As aulas devem ser ministradas preferencialmente no mesmo horário, de preferência à tarde, 1,5 a 2 horas antes da refeição da noite e não antes de 1,5 hora após a refeição anterior. É necessário que todo o curso seja ministrado por uma única pessoa.

Depois de nadar, a criança geralmente fica um pouco agitada, por isso precisa de condições para um descanso adequado.

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