Prostaglandinas

Ação fisiológica das prostaglandinas:

1. Sistema nervoso central - depressão, estupor, catatonia, tremor, irritação e depressão dos neurônios, contratura dos músculos dos membros.
2. Coração e circulação - aumento da frequência cardíaca e do volume sistólico, diminuição do tônus arteriolar, aumento do tônus venoso, diminuição da pressão arterial, aumento do conteúdo de cálcio no músculo cardíaco (efeito semelhante ao da cigata).
3. Pulmões - diminuição da diferença arteriovenosa de oxigênio, diminuição e aumento da resistência brônquica (broncodilatação e broncoconstrição).
4. Trato gastrointestinal - diminuição da secreção gástrica, estimulação da função motora do estômago e intestinos.
5. Sistema urogenital - natriurese, caliurese, aumento da diurese, aumento da depuração de ureia, estimulação da secreção de renina, aumento e melhora da função motora do útero.
6. Órgãos endócrinos - efeito antagônico à ação da insulina, glucagon, corticoides e catecolaminas.
7. Metabolismo - aumento da síntese de glicogênio, aumento ou diminuição do conteúdo de ácidos graxos livres.
8. Sangue - influência na agregação de hemácias e plaquetas, na coagulação sanguínea.

Manifestações clínicas da ação da prostaglandina:

Efeitos da PGE ₂:

• reduz a pressão arterial sistêmica;
• dilata diretamente pequenas artérias em vários órgãos;
• inibe a ação dos hormônios pressores;
• melhora o suprimento de sangue para o cérebro, rins, fígado e membros;
• aumenta a filtração glomerular, a depuração da creatinina;
• reduz a reabsorção de sódio e água nos túbulos renais e aumenta sua excreção;
• reduz a capacidade inicialmente aumentada das plaquetas de se agregarem;
• melhora a microcirculação;
• aumenta a oxigenação do sangue;
• leva à reabsorção de novos focos isquêmicos no fundo e reduz a quantidade de hemorragias recentes na retina.

Efeitos do PGFa2:

• aumenta a pressão arterial sistêmica, aumenta a pressão arterial na artéria pulmonar;
• reduz a saturação de oxigênio no sangue;
• reduz o fluxo sanguíneo nos órgãos;
• aumenta diretamente o tônus dos vasos sanguíneos do cérebro, rins, coração e intestinos;
• potencializa o efeito vasoconstritor dos hormônios pressores;
• aumenta a natriurese e a diurese.

Desde 1970, as prostaglandinas naturais têm sido usadas como agentes terapêuticos em obstetrícia e ginecologia para o amadurecimento cervical e interrupção precoce da gravidez, com a finalidade de indução e estimulação do parto.

Várias vias de administração de prostaglandinas foram propostas, no entanto, descobriu-se que a administração parenteral e oral requer doses relativamente grandes de prostaglandinas, pois elas são principalmente inativadas nos pulmões da mãe e também causam uma série de efeitos colaterais, em particular, náuseas, vômitos, diarreia, taquicardia, pele pálida, tremores musculares, reações alérgicas, etc.

Nos últimos anos, as prostaglandinas têm se tornado cada vez mais difundidas na prática obstétrica para uso local, pois possuem a propriedade de hormônios “locais”.

Recomendamos a administração intravaginal de gel de prostaglandina juntamente com carboximetilcelulose para as seguintes indicações:

• em gestantes de alto risco (sintomas de disfunção fetal, insuficiência placentária, etc.), foi desenvolvido um método para o uso combinado de agonistas beta-adrenérgicos (partusisten, alupent, brikanil, ginipral) juntamente com prostaglandinas para excluir casos de hiperestimulação uterina ou deterioração da condição do feto;
• introdução de um gel com prostaglandina em caso de descarga prematura de líquido amniótico e colo do útero imaturo;
• com o objetivo de tratar a fraca atividade laboral devido à preparação insuficiente do corpo para o parto (colo do útero maduro ou imaturo).

Contra-indicações para o uso de prostaglandinas na prática obstétrica:

• doença cardíaca orgânica;
• hipertensão arterial (acima de 140/90 mm Hg);
• doenças do aparelho respiratório (asma brônquica, bronquite alérgica, enfisema, bronquiectasia), tuberculose ativa;
• úlcera péptica, colite ulcerativa, disfunção renal e hepática grave, epilepsia, glaucoma;
• doenças do sangue (anemia falciforme, distúrbios de coagulação);
• colagenoses, história alérgica agravada (anafilaxia no passado);
• cirurgias anteriores no útero (cesárea, miomectomia conservadora), miomas uterinos, malformações uterinas.

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